A vereadora de Belo Horizonte Juhlia Santos (Psol), afirmou durante entrevista ao programa Café com Política, do Canal O TEMPO, que uma das prioridades do seu mandato será criar políticas públicas definitivas de combate à crise climática. Como exemplo, Juhlia citou o destamponamento dos rios da capital, a desimpermeabilização das vias públicas e a criação de corredores verdes na cidade. Segunda mulher transsexual a ocupar um cargo na Câmara Municipal e a primeira vereadora quilombola da história de BH, Juhlia também comentou sobre a importância da representatividade na política.
“Eu venho da necessidade de ocupar esse espaço, existe uma ausência desses espaços. Não venho de uma família política, e foi muito dessa necessidade que eu vi a possibilidade de ser protagonista dessa história”, afirmou a vereadora. Juhlia Santos destacou que a representatividade por si só “não nos tira da marginalidade”, reforçando a necessidade de compromissos efetivos.
A vereadora também chamou atenção para a realidade dos quilombos em Belo Horizonte e em Minas Gerais. “Hoje, BH tem mais de seis quilombos, alguns em processo de reconhecimento. Muitas pessoas não sabem da existência desses territórios dentro da cidade, e isso dificulta o acesso à própria existência do quilombo”, explicou. Ela ressaltou que, em Minas Gerais, mais de 130 mil pessoas se identificam como quilombolas.
Ao abordar questões ambientais e urbanas, Juhlia Santos defendeu soluções que tratem as causas dos problemas estruturais da cidade. “Hoje estamos no sétimo dia do ano, e a avenida Cristiano Machado já alagou duas vezes. Não dá para conviver mais com isso e nem empurrar para o município vizinho”, disse. “Precisamos pensar no destamponamento dos rios, no processo de desimpermeabilização do solo, em corredores climáticos.”
Sobre o trabalho na Câmara Municipal, a parlamentar enfatizou a importância do diálogo e da não violência dentro da Casa. “Espero que a gente tenha lugar para pautar nossos projetos, para discutir, porque a Casa é o lugar do diálogo. Espero que a gente não caia no lugar de ataques pelo ataque”, declarou.
Juhlia também afirmou que não será oposição nem ao prefeito reeleito Fuad Noman (PSD), nem ao presidente da Câmara Municipal, Juliano Lopes (Podemos), mas que manterá uma postura crítica e cobrará diálogo e respeito às pautas apresentadas pelo seu grupo político. “Nós votamos no Bruno Miranda porque havia um grupo que caça nossos direitos; se esse grupo está de um lado, a gente, tranquilamente, vai estar do outro.”, explicou.
Ainda na manhã desta terça-feira (7 de janeiro) a vereadora se encontrou com o presidente da Câmara Municipal, Julinao Lopes (Podemos) para uma "visita de cordialidade".