As trocas de acusações envolvendo os bastidores da eleição interna do Partido dos Trabalhadores (PT) em Minas Gerais tiveram um novo capítulo nesta quarta-feira (25 de junho), com a divulgação de documentos que apontam possível irregularidade nas contribuições partidárias da deputada estadual Leninha, uma das principais candidatas à presidência estadual da legenda. A denúncia amplia a polêmica no processo, uma vez que a deputada federal Dandara Tonantzin, adversária direta de Leninha, teve sua candidatura suspensa com base em argumento semelhante.
Documentos apontariam que Leninha também estaria inadimplente. Em uma das planilhas referentes aos pagamentos da deputada estadual, consta que uma parcela deste mês de junho, no valor de R$ 2.592, não foi quitada e há um alerta vermelho, com a inscrição "não quite". Fontes ligadas ao PT confirmaram o conteúdo dos documentos, mas negaram que haja irregularidades nas finanças de Leninha. De acordo com esses interlocutores, a pendência não afeta sua elegibilidade, pois o período é posterior ao prazo estipulado para registro das candidaturas.
Segundo integrantes dos diretórios estadual e nacional do partido, a deputada — que também é vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais — estava com as contas regularizadas na data final para inscrição das chapas, em 29 de maio. "Ela estava regular e pagou tudo em dia", afirmou a Gleide Andrade, secretária nacional de finanças do PT. Planilhas internas do partido indicam que Leninha renegociou parcelas em atraso, a exemplo do que ocorreu com Dandara.
Até o momento da publicação deste texto, Leninha não tinha se pronunciado oficialmente. Contudo, pessoas próximas asseguraram que sua situação está regularizada e que ela permanece na disputa, prevista para ocorrer em 6 de julho. “Houve momentos de irregularidade, mas tudo foi sanado dentro do prazo”, disse um assessor ligado à parlamentar. De acordo com o partido, não há questionamento formal protocolado contra a candidatura da deputada estadual, que segue mantida.
A campanha da candidata encaminhou uma nota (incluída abaixo) e indicou que a parcela que estaria em aberto foi paga.
Pessoas próximas à parlamentar já tinham assegurado, conforme publicado no texto original, que a situação da parlamentar estava regularizada e que ela permanece na disputa, prevista para ocorrer em 6 de julho. “Houve momentos de irregularidade, mas tudo foi sanado dentro do prazo”, disse um assessor ligado à parlamentar. De acordo com o partido, não há questionamento formal protocolado contra a candidatura da deputada estadual, que segue mantida.
Dandara Tonantzin também foi acusada de não ter quitado uma dívida com o partido. Logo após a oficialização da candidatura, surgiram informações de que ela não estaria em dia com suas contribuições, o que motivou a suspensão de sua candidatura pela Executiva Nacional. A dívida chegava a R$ 130 mil. A deputada alega que os pagamentos foram feitos dentro do prazo, mas que um erro bancário causou o estorno de valores, posteriormente quitados, segundo ela.
"Querem me tirar do jogo. Um erro bancário, que não foi causado por mim e que comprovadamente foi corrigido, está sendo utilizado de maneira injusta e parcial para tentar invalidar a minha candidatura. Querem ganhar no golpe algo que deveria ser nas urnas", afirmou a parlamentar, em vídeo divulgado por apoiadores.
Divisão interna
A eleição para a presidência estadual do PT-MG tem sido marcada por disputas entre os principais grupos da legenda. De um lado, está o atual presidente estadual, deputado Cristiano Silveira, aliado ao deputado federal Reginaldo Lopes, que juntos articularam a candidatura de Dandara Tonantzin. Do outro, o grupo majoritário na tendência "Construindo um Novo Brasil" (CNB), que reúne nomes como o deputado federal Patrus Ananias e a secretária nacional de Finanças do partido, Gleide Andrade, e apoia Leninha.
Dandara e Leninha são os principais nomes na disputa atualmente. Também são candidatos à presidência do diretório estadual do PT de Minas: Esdras Juvenal, que foi candidato do PT em Iturama, no Triângulo; e Juanito Vieira, vinculado ao PT de Juiz de Fora, na Zona da Mata.
Nota da campanha de Leninha
"A informação de Leninha estaria inadimplente é inverídica. A deputada estadual e candidata, Leninha, está quites com todas as suas contribuições partidárias, inclusive com o mês de junho — que, embora ainda em curso, teve seu pagamento realizado no dia 24 de junho de 2025, conforme comprovante em anexo.
Entendemos a importância do papel da imprensa na cobertura dos processos políticos e respeitamos profundamente esse trabalho. Por isso, acreditamos que a publicação da matéria, possivelmente baseada em informações incompletas, pode ter levado a um equívoco que gostaríamos de esclarecer. Em momentos como o Processo de Eleições Diretas (PED), é natural que surjam dúvidas e informações desencontradas — e estamos à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários, sempre com transparência e diálogo.
Leninha é mulher, negra, do Norte de Minas, e tem uma história reconhecida de luta social e política. Está plenamente apta a disputar a presidência do PT-MG, tanto do ponto de vista legal quanto ético e político, e não aceitará ataques infundados calarem sua voz nem mancharem sua trajetória".