Três suplentes foram convocados para ocupar um cargo de deputado estadual na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a partir de 3 de fevereiro, após membros da Casa terem sido eleitos prefeitos nas eleições do ano passado. Os três ex-deputados, que já assumiram as prefeituras, são Coronel Sandro (PL), eleito em Governador Valadares, Fábio Avelar (Avante), eleito em Nova Serrana, e Douglas Melo (PSD), eleito em Sete Lagoas.
Para assumir a vaga de Coronel Sandro, foi convocada a primeira suplente do PL, Amanda Teixeira Dias, que já tinha assumido o mandato de Alê Portela. A ex-deputada deixou a Assembleia para ser secretária de Estado de Desenvolvimento Social de Romeu Zema (Novo). Devido a isso, o segundo suplente da legenda, Lincoln Drumond (PL), ex-vereador de Coronel Fabriciano, foi chamado para assumir a vaga.
A cadeira do deputado do Avante, Fábio Avelar, será ocupada pela primeira suplente da legenda, Carol Caram, que exercerá seu primeiro mandato. A Assembleia ainda verá o retorno de um ex-presidente da Casa, Adalclever Lopes (PSD), que ocupará a vaga deixada por Douglas Melo. Inicialmente, o primeiro suplente do PSD, Makoto Sekita, havia sido convocado, mas ele foi eleito prefeito de São Gotardo e decidiu abrir mão da vaga na Assembleia. Por isso, Adalclever, que é segundo suplente, foi chamado para assumir a cadeira.
O TEMPO conversou com os novos deputados estaduais para saber quais serão suas pautas prioritárias, qual é sua história política e como atuarão dentro da Assembleia Legislativa. Apenas o ex-deputado Adalclever Lopes, que também foi procurado pela reportagem, não respondeu aos questionamentos.
Lincoln Drumond
Eleito vereador de Coronel Fabriciano, no Vale do Rio Doce, em 2020, Lincoln Drumond (PL) se formou politicamente na ascensão da direita em Minas Gerais em meados de 2015, quando começou a se envolver com movimentos sociais. “(Comecei na política) quando a Direita de fato começou a nascer no Brasil e o teatro das tesouras foi exposto, principalmente por meio de Olavo de Carvalho”, explica. Ele concorreu ao cargo de deputado estadual em 2022 e terminou como suplente na chapa do PL.
Drumond fala que desde 2015 organizava manifestações na rua pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) e participava de grupos de estudos liderados pelo atual deputado federal Nikolas Ferreira (PL). “De lá pra cá a Direita felizmente foi só crescendo e o resultado pode ser visto não só na mobilização da população quanto na escolha de parlamentares que verdadeiramente defendem o conservadorismo e a diminuição do Estado na vida das pessoas”, diz.
Sobre suas propostas para o mandato que vai assumir, Drumond afirma que terá um “olhar especial” para a população do Vale do Aço e do Vale do Rio Doce, além de atuar na defesa dos “valores conservadores e da liberdade econômica”. “Agora saindo do âmbito municipal para o estadual, já estamos fazendo o levantamento das principais demandas englobando mais cidades além de Coronel Fabriciano”, pontua.
Ele ressalta que seguirá a posição do PL na Assembleia, como base do governo Zema, mas reforça que terá liberdade para se opor se houver alguma discordância específica em algum tema na Casa. “Mesmo nas críticas, pretendo ser colaborativo e propositivo, afinal os quadros do Governo são valiosos e de extrema capacidade técnica e com um bom diálogo”, completa. Ele vai compor o Bloco Avança Minas, formado pela bancada de seu partido. Drumond ainda afirma que não se preocupa, por ora, com participação em comissões.
Carol Caram
Iniciante na vida pública, a advogada Carol Caram (Avante) vai para o seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa. Ela conta que sempre se interessou por política, seja em movimentos estudantis, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ou na “defesa incansável dos consumidores”. “A família da minha mãe é do Vale do Mucuri, uma região que necessita de toda atenção e proteção do Estado. Lá eu vivenciei a importância de um Estado atuante e eficaz. Minha família sempre esteve presente na luta por melhorar a vida dos cidadãos, estando perto da política. Meu avô, meu pai e meu marido são exemplos disso”, explica.
Sobre as pautas que pretende levar à ALMG, Carol diz que vai lutar pelo fortalecimento dos municípios, por saúde e educação de qualidade e eficiência e para que consumidores tenham serviços públicos de qualidade. “Minha bandeira será sempre os mineiros e mineiras. Não posso me definir em uma única pauta”, diz. “O desenvolvimento econômico, é a força motriz de tudo isso, uma economia forte é fundamental para que todos tenham oportunidades para conseguirem uma qualidade de vida melhor”, completa.
Em relação à posição como base ou oposição ao governador Romeu Zema, Carol afirma que tem “ótima relação” com o vice-governador, Mateus Simões (Novo), e conta que ele chegou a ser professor dela na faculdade de direito. “Sempre que o governo precisar de mim para a defesa dos mineiros pode contar comigo na ALMG. Ser base ou oposição depende de uma posição da bancada do meu partido, sempre ouvindo as diretrizes do presidente nacional do nosso partido, o deputado federal Luis Tibé”, afirma.
Por fim, a nova deputada diz que pretende compor a Comissão de Constituição e Justiça, a de Administração Pública e a de Defesa do Consumidor e do Contribuinte. Contudo, ela admite que “tudo se trata de uma composição definida pelos ajustes políticos internos da ALMG”. “Estou à disposição para contribuir no que for necessário para defender os mineiros e mineiras”, conclui.
Adalclever Lopes
Dos novatos, Adalclever é o mais experiente: foi deputado estadual por quatro mandatos, entre 2003 e 2019 e chegou a ser presidente da Assembleia entre 2015 e 2016. Em 2018, o ex-parlamentar foi candidato ao governo do Estado de Minas Gerais e foi derrotado ainda no primeiro turno. À época, foram para o segundo turno Romeu Zema (Novo), que saiu vencedor, e o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB). Adalclever também ocupou o cargo de Secretário Municipal de Governo de Alexandre Kalil (sem partido).