Sindicatos e associações que representam as forças de segurança pública pressionaram o governo estadual pela recomposição das perdas inflacionárias, na manhã desta terça-feira (18 de março), e chegaram a ameaçar paralisações em Minas Gerais. Em audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa (ALMG), eles ameaçaram realizar grandes mobilizações nos próximos dias, caso não sejam atendidos.

Autor do requerimento que deu origem à reunião, o deputado Sargento Rodrigues (PL) afirmou que a inflação acumulada dos últimos dez anos foi de 74,89%, enquanto os três reajustes oferecidos por Zema chegaram a apenas 30,01%. Ou seja, as perdas salariais do período seriam de 44%.

“No governo de Itamar Franco, o piso salarial da Polícia Militar era de cinco salários mínimos. Só com o aumento de 44% se chega nesse patamar de novo”, afirmou.

Representantes das forças de segurança fizeram coro às críticas do parlamentar. Alguns dos convidados lembraram a mobilização histórica da Polícia Militar, realizada em 1997, que levou a uma reestruturação da carreira.

O presidente do Sindicato dos Policiais Penais, Jean Otoni, convocou os pares para uma paralisação ao lembrar da greve de 1997. Já o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil, Wemerson Silva de Oliveira, disse que é preciso fazer uma paralisação total de todas as forças de segurança pública.

O secretário de Fazenda, Luiz Claudio Gomes, que representava o governo do Estado na audiência, disse que as dificuldades financeiras do Estado impedem uma possível correção dos salários pela inflação. "De pronto, queria informar que não existe possível valorização do servidor público em estado com dificuldade orçamentária. Ainda assim, o governo conseguiu organizar sua principal meta que era colocar o salário em dia. Se isso não é um valor, não sei o que é um valor. A situação financeira do Estado de Minas Gerais é complexa", destaca.