O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fez nesta segunda-feira (21 de abril) em Ouro Preto, discurso em defesa da liberdade em tom idêntico ao que vem sendo adotado nos últimos anos pelo ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e correligionários. Zema esteve na cidade para a entrega da Medalha da Inconfidência, dentro das comemorações do Dia de Tiradentes.
"Hoje, embora o Brasil tenha um regime democrático consolidado, com garantias asseguradas pela Constituição, a liberdade infelizmente não está assegurada", afirmou o governador, em um pronunciamento em que se referiu a Tiradentes em vários momentos. "É preciso, além de todas as teorias e leis, que os políticos façam valer a garantia da liberdade no nossa dia a dia", discursou.
Zema disse ainda que todo governante deve entender a liberdade como um sentido mais amplo. "Liberdade é o direito de manifestar opinião. De ir para onde quiser e voltar em segurança para casa. De colocar comida na mesa. De frequentar uma escola sem politicagem", afirmou.
O principal homenageado na cerimônia da entrega da Medalha da Inconfidência foi o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), que recebeu o Grande Colar, grau mais elevado da homenagem. Motta também discursou. Seu pronunciamento ocorreu antes do feito pelo governador. O deputado, porém, não ouviu as palavras de Zema, por ter partido imediamente após concluir sua fala para São João del Rei, para cerimônia de homenagem aos 40 anos da morte de Tancredo Neves.
O discurso de Zema faz parte de estratégia adotada pelo governador para se posicionar diante da proximidade das eleições do ano que vem, quando serão eleitos o presidente da República, governadores, dois senadores por estado, deputados federais e estaduais. Com o pronunciamento, o governador faz um aceno aos correligionários de Bolsonaro, que não pode se candidatar ao Palácio do Planalto em 2026 por condenação na justiça eleitoral. Zema ainda não definiu a que cargo pretende se lançar candidato, mas já deixou claro que pretende participar do pleito do ano que vem.