O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões (Novo), usou as redes sociais nesta terça-feira (17 de junho) para fazer coro às críticas que seu "chefe", o governador Romeu Zema (Novo), vem fazendo à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em vídeo, Simões chama o chefe do Poder Executivo federal e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de "dupla dinâmica", e que ambos estão "atrás de dinheiro" tentando criar impostos.

A publicação acontece um dia depois de o vice-governador se reunir em Brasília com o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), para discutir a implantação de um gasoduto na Região Sul de Minas Gerais. A reportagem entrou em contato com o Planalto com questionamentos sobre os ataques e possíveis impactos das declarações de Zema e Simões, mas ainda não houve retorno. Nesta segunda-feira (16 de junho), o governador, que está na China em missão oficial, fez publicação nas redes sociais também criticando a criação de impostos pelo governo federal.

As declarações de Simões desta terça-feira destoam do comportamento que o vice assumiu recentemente, conforme mostrou a coluna Aparte, de O Tempo, nesta terça-feira. Simões vinha se concentrando em tratar de assuntos estratégicos para o estado, como o próprio gasoduto no Sul de Minas, e o Programa de Pleno Pagamento das Dívidas do Estado (Propag), do governo federal. Enquanto isso, o governador se encarregava dos ataques à administração Lula.

A publicação do vice-governador foi, inclusive, dentro do contexto do Propag, que terá vetos do presidente votados hoje no Congresso Nacional. "A dupla dinâmica Lula e Haddad estão atrás de dinheiro. A gente tá vendo, (estão) criando imposto novo, imposto de renda, aumentando o IOF, para poder resolver o problema da falta de dinheiro ao invés de economizar, que seria o caminho natural. (...) Mas o Congresso tem hoje a oportunidade de derrubar esses vetos", disse.

Ao todo, na sessão de hoje, que será conjunta, portanto, reunirá deputados e senadores, haverá 60 vetos para serem analisados, referentes a diversos projetos de lei, inclusive o do Propag. Conforme Simões, os que se referem ao programa, entre outros pontos, fazem com que o pagamento da dívida que o estado tem com o governo federal, de aproximadamente R$ 165 bilhões, tenha juros mais altos.

Dupla dinâmica

O termo "dupla dinâmica" utilizado por Simões para se referir a Lula e Haddad lembra o modo como eram chamados dois famosos super-heróis das revistas em quadrinhos e da televisão, Batman e Robin, criados nos anos 60, e que combatiam vilões como o Charada e o Coringa. Com o tempo, a expressão passou a ser usada como ironia para criticar a atuação de adversários não só na política mas também, por exemplo, nos esportes.