Morreu, na manhã desta quinta-feira (15 de maio), aos 97 anos, o cientista e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) José Israel Vargas. Natural de Paracatu, na região Noroeste do estado, ele também foi ministro da Ciência e Tecnologia, ministro de Minas e Energia e secretário estadual da
Ciência e Tecnologia de Minas Gerais. O velório acontecerá na sexta-feira (16 de maio), das 9h às 12h30, no saguão do prédio da Reitoria, no campus Pampulha.
O Palácio do Planalto publicou uma nota, assinada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT). O texto afirma que, "além de sua reconhecida carreira acadêmica no campo das ciências nucleares, [Vargas] deu importantes contribuições às políticas públicas", citando o posto de ministro da Ciência e Tecnologia. A nota prossegue: "Vargas sempre defendeu a produção e a aplicação do conhecimento científico no Brasil e denunciou corajosamente o obscurantismo que enfrentamos no passado recente".
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação também publicou uma nota de pesar à morte de Vargas, classificando-o como "destacado químico, acadêmico e gestor público". "Durante sua gestão no setor público, liderou importantes iniciativas, como a expansão e consolidação da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), e atuou para o aprimoramento da qualidade da produção nacional, fortalecendo o Sistema Nacional de Propriedade Intelectual, a metrologia e a normatização técnica", destacou a pasta.
Vargas comandou o ministério de 1992 a 1999, durante os governos dos presidentes Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso (FHC), e acumulou a liderança do Ministério de Minas e Energia de dezembro de 1993 a março de 1994. De 1977 a 1979, foi secretário estadual da Ciência e Tecnologia.
Nascido em 1928, formou-se químico na UFMG, em 1952, especializou-se em química nuclear na USP, estudou física no Instituto Tecnológico da Aeronáutica e doutorou-se em ciências nucleares pela Faculdade de Física e Química da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
Na ocasião do golpe militar de 1964, seu laboratório foi tomado pelo Exército, e ele foi demitido da CNEN e afastado da UFMG. Autoexilou-se na França, onde ficou por quase sete anos e atuou como líder de pesquisa no Centro de Estudos Nucleares do Comissariado de Energia Atômica, sediado na cidade de Grenoble.
Vargas passou por diversas internações nos últimos meses. Ele era viúvo e deixa as filhas Maria, Joana e Cláudia.