A presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Luísa Barreto, rechaçou uma eventual instabilidade à frente da estatal após ver sua nomeação ser judicializada. Em entrevista ao Café com Política feita nessa quarta e exibida nesta quinta-feira (19 de junho), a presidente, filiada ao Novo, classificou a ação popular impetrada pelo deputado estadual Professor Cleiton (PV) como política.

Cleiton argumentou que Luísa não poderia ser nomeada porque foi candidata a vice-prefeita de Belo Horizonte em 2024, o que contraria a Lei das Estatais - Lei 13.303/2016 -, que exige uma quarentena de 36 meses para a indicação de ex-candidatos para estatais. A 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte chegou a suspender a nomeação há 15 dias, mas, três dias depois, a decisão foi cassada pelo presidente do Tribunal de Justiça, Luiz Carlos Corrêa Júnior.   

Luísa defendeu que a candidatura não tem qualquer interferência na Codemig. “Eu não estou em uma empresa pública do município (de Belo Horizonte)”, apontou. “Não tem qualquer tipo de troca em relação a apoios. Eu não posso apoiar um governo A, B ou C por causa de um cargo em estatal, que é algo que a Lei busca preservar. Não é essa a perspectiva. Eu sou uma pessoa técnica”, acrescentou a ex-secretária de Planejamento e Gestão.

A presidente da Codemig argumentou que o objetivo da Lei das Estatais é evitar que a indicação para estatais seja utilizada para recompensar quem tenha participado de campanhas eleitorais. “Eu fui secretária de Planejamento por quatro anos. Acho que ninguém tem dúvidas de que o governo (Zema) não tinha qualquer tipo de dívida, débito comigo, não tinha nada a pagar me trazendo para uma empresa pública”, alegou ela.   

Luísa ainda rebateu o argumento de Cleiton de que, por ter sido secretária de Estado, não poderia assumir a diretoria de uma estatal de Minas. “Eu sou uma pessoa de carreira. Eu estou no governo de Minas há mais de 16 anos. Eu sou administradora pública, formada pela melhor escola de administração pública do país nas avaliações do Ministério da Educação já há diversos anos e eu vim para cá para fazer um trabalho técnico”, reiterou a presidente.

De acordo com Luísa, ela foi nomeada como presidente da Codemig para valorizar a estatal, por meio da renovação do contrato com a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), durante as negociações para aderir ao Programa de Pleno Pagamento da Dívida (Propag). “Eu estou em uma missão de ajudar o governo de Minas a valorizar o seu principal ativo numa das negociações mais importantes que esse governo teve na história”, defendeu a ex-secretária.