O governador em exercício, Mateus Simões (Novo), avaliou que o PSD deve caminhar com ele na corrida ao governo de Minas em 2026 e disse que se o senador Rodrigo Pacheco decidir deixar o partido, ele será o primeiro a conversar com Gilberto Kassab, presidente da legenda. A fala foi durante café da manhã com jornalistas mineiros nesta segunda-feira (23 de junho), com participação da editora de Política de O TEMPO, Cynthia Castro. À frente do Estado até quarta-feira (25) por conta de uma viagem de Romeu Zema (Novo) ao Japão, Simões é pré-candidato ao cargo nas eleições do ano que vem.
Ele comentou sobre a possibilidade - que circula nos bastidores - de uma saída de Pacheco do PSD para migrar para outra legenda. Segundo ele, o assunto é objeto de conversa com o presidente nacional da sigla. "O que eu falo muito com o Kassab é que se o Pacheco sair, eu quero ser o primeiro a conversar com o partido sobre o futuro do partido em Minas Gerais. Mas por respeito ao Rodrigo, eu tenho que esperar. Não tem muito jeito de eu ficar conversando sobre o partido, com o único pré-candidato que foi lançado sentado dentro do partido. Ele vai sair? Tem que sair primeiro", afirmou aos jornalistas.
O PSD integra a base do governo federal e tem o senador cotado para a disputa em Minas com apoio do presidente Lula (PT), entre os filiados. No âmbito estadual, o partido faz parte da base do governo Zema, como lembrou Simões: “PSD é o nosso bom partido da base. Então, eu tenho grandes expectativas que a gente consiga caminhar junto. Isso é importante para nós. Eles têm 11 deputados. Nenhum deles jamais votou contra o governo nas coisas importantes que nós temos na Assembleia”, afirmou. E completou: "vou trabalhar para que os deputados do PSD possam continuar conosco”.
Simões classificou como “natural” as conversas que afirmou manter com o presidente nacional da sigla, o secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo, Gilberto Kassab; e com o presidente em Minas, deputado estadual Cássio Soares. “É natural as conversas que eu tenho com o presidente Kassab, como é natural a minha proximidade com o Cássio, o presidente aqui”, analisou.
O vice-governador e governador em exercício também minimizou o fato de o PSD integrar o governo Lula. “Agora, o PSD forma a base do governo Lula nacionalmente. É a situação dos partidos de centro. O PP também forma a base, que foi o nosso primeiro partido da coligação aqui. União também forma a base, também estava na coligação aqui”, relembrou, em referência aos partidos que apoiaram a reeleição de Zema em 2022.
Na avaliação de Simões, não faz sentido o PSD adotar uma posição à esquerda em Minas enquanto, nos Estados vizinhos, o partido se alinha à direita. “Eu fico pensando o seguinte: o PSD é o principal protagonista da eleição de São Paulo ano que vem, apesar de o Tarcísio ser do Republicanos. Seria muito curioso que o PSD estivesse por trás da candidatura de São Paulo à direita e aqui em Minas fosse para o caminho da esquerda. Eu acho que não faz muito sentido. É por isso que eu vou continuar conversando com o PSD”, afirmou Simões, citando ainda o alinhamento à direita do partido no Paraná e em Mato Grosso do Sul. Ao falar da Bahia, definiu a sigla como uma “esquerda tímida”.
“Eu acho que o PSD aqui no Sudeste e para o Sul e para o Centro-Oeste é um partido de centro-direita. É por isso que eu acredito no caminhar junto com eles em 2026. Não é nem uma questão de ter uma conversa, é mais uma questão de lógica partidária”, avaliou.
A fala de Simões ocorre em meio a conversas em torno de uma possível candidatura do senador Rodrigo Pacheco (PSD) ao governo de Minas, com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Há cerca de dez dias, Pacheco acompanhou Lula em uma agenda em Mariana, onde foi chamado pelo presidente de “futuro governador”. No mesmo dia, fez um “discurso de pré-candidato” ao lado de Lula, em evento organizado pelo senador em Contagem, na Grande BH. Nos bastidores, há conversas sobre a possibilidade de Pacheco deixar o PSD e migrar para outra legenda.