O entorno do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) enxergou as declarações do governador em exercício Mateus Simões (Novo) em um café da manhã com a imprensa nesta segunda-feira (23 de junho) como uma tentativa de antecipar as eleições de 2026. Pré-candidato ao governo de Minas Gerais, Simões afirmou que quer ser o primeiro a conversar com o PSD por uma composição caso Pacheco deixe o partido.
Interlocutores de Pacheco ouvidos pelo Aparte apontaram que o vice e o governador Romeu Zema (Novo), também pré-candidato, mas à presidência da República, “só pensam em campanha”. Ironizando o governador em exercício, aliados do ex-presidente do Senado, cotado como candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Palácio Tiradentes, disseram que o Estado precisa “de governo, não de candidatos”.
Durante o café, questionado sobre uma eventual saída de Pacheco do PSD, Simões respondeu que o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, já está ciente de que ele quer conversar sobre onde estará a legenda na eleição se o senador for para outro partido. “Mas, por respeito ao Rodrigo, tenho que esperar. Não tem muito jeito de eu ficar conversando sobre o partido com o único pré-candidato que foi lançado sentado dentro do próprio partido”, avaliou o vice.
Além de acenar para o PSD, Simões ainda afirmou que seu “principal adversário”, em referência a Pacheco, enfrenta maior rejeição do eleitorado do que ele. “Eu sou pouco conhecido e tenho pouca rejeição. Pacheco é pouco conhecido, mas tem muita rejeição”, apontou o pré-candidato de Zema. O vice-governador já foi alvo de especulações de uma eventual filiação ao PSD após o Novo não ter atingido a cláusula de barreira nas eleições de 2022.
A saída de Pacheco do PSD é desde quando Kassab anunciou que apoiaria uma eventual candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) à presidência caso o governador de São Paulo optasse por concorrer ao Palácio do Planalto. Filiado ao partido desde 2021, o senador tem convites para migrar para o União Brasil, que, recentemente, se federou com o PP, e para o MDB, onde esteve antes de ir para o extinto DEM.
Interlocutores de Pacheco já haviam criticado, de forma reservada, recentes declarações de Simões. Em uma delas, o vice-governador alfinetou o senador, que, segundo ele, é de centro, mas o único candidato que a esquerda tem para apresentar ao Palácio Tiradentes. Na ocasião, o entorno do senador já havia classificado a afirmação do pré-candidato como uma tentativa de antecipar as eleições, prevista para um ano e quatro meses.