O presidente do diretório municipal do MDB, ex-vereador de Belo Horizonte Gabriel Azevedo, disse a O TEMPO que ainda não decidiu se vai disputar algum cargo nas eleições de 2026, seja para deputado federal ou estadual ou mesmo se pode entrar em alguma chapa para vice-governador. "Essa é uma decisão que ainda não está tomada", afirmou ."Eu sou pré-candidato a prefeito em 2028", completou, com a mesma frase que disse logo depois que perdeu as últimas eleições, em 2024, quando disputou a Prefeitura de Belo Horizonte.

Vereador por dois mandatos (2017 a 2024) e ex-presidente da Câmara Municipal (2023-2024), Gabriel Azevedo falou sobre seus planos para 2026 e sobre o desejo declarado de disputar novamente a prefeitura em 2028,ao Café com Política, exibido no canal de O TEMPO no YouTube, nesta sexta-feira (15). Questionado várias vezes sobre a possibilidade de se lançar para uma vaga no legislativo, ele afirmou que está no MDB e que essa é uma construção com o partido.

"Não é o Gabriel quer, o Gabriel vai, o Gabriel faz. É uma construção partidária", garantiu.  Nos bastidores, a informação que circula é que o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP), presidente nacional da legenda, quer que o mineiro tente uma vaga na Câmara Federal no ano que vem. “Para tudo, ele (Baleia Rossi) quer contar comigo na urna”, falou, com bom humor. Ainda assim, reiterou: “Para mim, o foco é 2028. O que eu fizer em 2026 será pensando nisso”.

Durante a conversa, Gabriel evitou críticas diretas ao atual prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), que foi seu colega na Câmara e assumiu o cargo de chefe do Executivo, após a morte de Fuad Noman (PSD), em março deste ano. “É importante dar tempo ao prefeito para que desenvolva seu próprio estilo, metas e visão de cidade”, ponderou.

Nas eleições de 2024, Gabriel terminou em quarto lugar no primeiro turno, com 10,55% dos votos válidos. Ele não declarou apoio formal a nenhuma das chapas que chegaram ao segundo turno — Fuad/Damião (PSD/União Brasil) e Bruno Engler/Coronel Cláudia (PL). A relação do ex-vereador com Fuad Noman, que assumiu a prefeitura em 2022 após a saída de Alexandre Kalil (então no PSD) para disputa pelo governo estadual, foi marcada por tensões. Durante a entrevista a O TEMPO, ele disse não se arrepender nem achar que pesou a mão contra Fuad, afirmando que era uma briga política.

Planos 

Disputar novamente a prefeitura em 2028 é uma meta que ele descreve como “grifada, sublinhada e com todas as cores”. Essa ambição orientará suas decisões em 2026. Recentemente, o político recebeu um convite do senador Cleitinho (Republicanos) para ser seu vice em uma possível candidatura ao governo de Minas. Durante a entrevista, ele foi questionado sobre essa possibilidade e respondeu com um cauteloso "depende".

Ainda não está certo que o senador Cleitinho vai mesmo disputar o governo de Minas. O vice-governador Mateus Simões (Novo), que já se coloca como pré-candidato, tem dito reiteradas vezes que espera que Cleitinho esteja com ele, em uma aliança da direita para derrotar a esquerda em Minas em 2028. Entretanto, nos bastidores, a informação é que o partido estaria pressionando Cleitinho para sair candidato.

No Café com Política, Gabriel Azevedo comentou que muitos de seus eleitores questionaram essa possível aliança com Cleitinho, alegando diferenças entre os dois, já que o senador mineiro, por diversas vezes, esteve ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Sei que ele (Cleitinho) não é corrupto”, disse, destacando ainda que o senador defende temas que são do interesse de grande parte da população, como ter sido contra o aumento no número de deputados federais, durante votação recente no Congresso Nacional. “Ele me representou nessa votação”, completou.

Sobre um dos caminhos certos para a sua vida política no próximo ano, Gabriel afirmou não ter dúvidas de que estará fora da polarização política e que PL e PT não são opções de aliança para ele.