Ex-vereador de Belo Horizonte por dois mandatos (2017 a 2024), ex-presidente da Câmara Municipal (2023-2024) e candidato derrotado à prefeitura em 2024, Gabriel Azevedo comentou, em entrevista ao jornal O TEMPO, sobre seus planos para 2026, o desejo declarado de disputar novamente a prefeitura em 2028 e fez críticas ao governador Romeu Zema (Novo), a quem acusou de "não saber o tamanho da cadeira em que está sentado". A entrevista foi concedida aos jornalistas Cynthia Castro e André Vasconcellos no programa Café com Política, disponível no canal de O TEMPO no YouTube

Azevedo reservou suas críticas mais duras ao governador Romeu Zema, que deve lançar oficialmente sua pré-candidatura à Presidência da República neste sábado (16). “Ele tenta ser o candidato de Bolsonaro”, disparou. “Quem se senta no Palácio da Liberdade tem o privilégio de, por natureza, ser um presidenciável. Mas precisa escolher: vai representar o Brasil, Minas Gerais ou Bolsonaro? Hoje, Zema quer ser o candidato de Bolsonaro.”

Ele também ironizou o fato de o vice-governador Mateus Simões (Novo), pré-candidato ao governo estadual com apoio de Zema, ter aceitado a “medalha do imbrochável” entregue por Jair Bolsonaro. “Um homem que passou a vida recusando medalhas aceitou logo essa? Não esperava”, disse Azevedo, relembrando que Simões, enquanto vereador, apresentou um projeto para extinguir homenagens oficiais financiadas com recursos públicos e, mais tarde, já como vice-governador, recusou a Medalha do Mérito Legislativo da Câmara de BH.

Corrida ao Planalto

A respeito das eleições presidenciais de 2026, Azevedo diz que, dificilmente, Jair Bolsonaro, que está inelegível, vai apoiar algum candidato que não seja do seu clã. “Isso é a política para eles. O resto é ferramenta. Todo mundo sabe, nos bastidores, que os Bolsonaro odeiam o Tarcísio (de Freitas, governador de São Paulo) e não confiam nele, sendo que todos nós sabemos que o Tarcísio, sendo candidato, tinha grandes chances de derrotar o presidente Lula”, avaliou. 

Ainda segundo o político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem se beneficiado politicamente das ações diplomáticas dos Estados Unidos contra o Brasil e do tarifaço de 50% imposto pelo presidente norte-americano, Donald Trump, para os produtos brasileiros. “Lula estava nas cordas. A discussão era a questão fiscal. E de repente, você que obviamente pode ser crítico até onde for do presidente, ele é o presidente da República eleito. E os problemas que nós temos no Brasil são resolvidos por brasileiros. É só uma fatia muito vira-lata e reduzida que acredita que a gente pode contar com os Estados para resolver os nossos problemas”, concluiu.