Alianças do PT em BH devem ficar para o segundo turno, diz presidente da legenda

O presidente do PT de Minas Gerais, deputado estadual Cristiano Silveira (PT), afasta discordâncias internas e reafirma o nome do deputado federal Rogério Correia (PT) como candidato do partido para disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte. “Nosso entendimento é que é viável a candidatura própria do PT e decidimos pelo deputado Rogério Correia, que é o nosso pré-candidato. Qualquer discussão de apoio e aliança ficaria para o segundo turno”, avalia.

Em entrevista ao quadro Café com Política da FM O TEMPO 91.7, nesta segunda-feira (15), Cristiano Silveira afirmou que mudanças nessa posição são esperadas apenas em casos específicos. “Se houver um risco, por exemplo, de vitória da extrema-direita, podemos rever algumas posições. Mas não sendo esse o caso, entendemos que a candidatura do PT é importante. Inclusive, para fortalecer chapa de vereadores, aumentar a bancada e conseguir fazer o debate daquilo que a gente quer para Belo Horizonte”, argumenta.

O PT em Belo Horizonte tem acordos com o prefeito Fuad Noman (PSD) e indicou representantes para compor o governo municipal. Na Câmara Municipal, os vereadores da legenda mantêm independência, mas têm apoiado as principais propostas encaminhadas pelo prefeito. PT e PSD caminharam juntos na eleição de 2022 e estão construindo uma aliança para as eleições de 2026 ao governo de Minas. Porém, Cristiano Silveira afirmou que esse bom diálogo não implica em aliança na eleição deste ano.

“O que for ação do governo federal para Belo Horizonte, faremos juntos, é institucional. Mas campanha é diferente. Tendo uma candidatura do PT, evidentemente, o presidente Lula tem o seu partido e terá sua posição. Mas, até lá, o que tiver que inaugurar, participar, estaremos juntos. Não temos problemas com o Fuad, mas queremos construir nossa tática local”, diz.

Restrições em alianças

No documento elaborado pelo PT, em relação às possíveis alianças que o partido fará nas eleições municipais de 2024, a única restrição é a vedação de aliança com candidatos alinhados com Jair Bolsonaro. Cristiano Silveira avalia que isso não impede, por exemplo, que o partido faça aliança com o PL, partido ao qual o ex-presidente é filiado e que tem maior bancada na Câmara.

“Não há veto ao PL, até porque tem gente que está no PL muito antes do presidente Bolsonaro. Além disso, temos, aqui em Minas Gerais, prefeitos do PL que fizeram campanhas para o presidente Lula. Eu, particularmente, irei vetar alianças com bolsonaristas, independentemente do partido em que esteja. Se ele é antipetista declarado, faz ataques a nós e ao nosso governo, ele será vetado, independentemente do partido”, avalia.