Após perder a 1ª Secretaria da Mesa Diretora para 2025 e 2026, o deputado estadual Antonio Carlos Arantes (PL) deve ser o novo líder do bloco intermediário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), intitulado Avança Minas. A indicação foi confirmada por parlamentares ao Aparte nesta quinta-feira (16 de janeiro). 

Arantes vai substituir o deputado estadual Gustavo Santana (PL), responsável por derrubá-lo da 1ª Secretaria durante a eleição para a Mesa Diretora no último mês de dezembro. À época, Santana teria articulado a chegada à Mesa após Arantes apoiar as pretensões do também deputado estadual Bruno Engler (PL) de substituí-lo na liderança do bloco.

A entrega da liderança a Arantes é vista por deputados como um movimento para estancar a disputa aberta pela 1ª Secretaria. Em uma reviravolta às vésperas da eleição, realizada em 4 de dezembro, Santana reuniu o apoio de seis dos 11 da bancada do PL para se cacifar ao cargo da Mesa, escanteando o correligionário. 

Apesar do desejo de Engler em assumir a liderança, Arantes deve herdá-la em razão do seu perfil, descrito por outros parlamentares como ponderado. A característica levou o deputado Coronel Henrique (PL) a ser cotado para o cargo, mas pesou a avaliação de que era necessário um afago a Arantes, que está à frente do sexto mandato.

Arantes negou que articule a indicação. "Quero deixar bem claro que não existe por minha parte nenhuma articulação neste sentido. Não conversei com nenhum deputado. Sou do pensamento que, para você ser o líder de um bloco, a construção tem que ser coletiva, partindo de vários deputados dos partidos que compõem este grupo, e repito que, até agora, não houve nenhuma manifestação", afirmou ele, nesta sexta.   

A escolha por Arantes é uma derrota para Engler. Vice-líder do bloco, ele, que chegou a ser vice-líder do governo Romeu Zema (Novo), pleiteava a vaga após a derrota para o prefeito reeleito Fuad Noman (PSD) na eleição de Belo Horizonte. Engler foi o deputado mais bem votado e é vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a mais relevante da ALMG. 

O nome de Engler enfrentaria resistência dentro do próprio bloco. Deputados filiados a outros partidos do bloco, que ainda reúne o PRD, o Cidadania, o PSDB, o PSB, o PDT, o Solidariedade e o MDB, já teriam dito nos bastidores que, caso o ex-candidato à prefeitura seja alçado à liderança, eles abandonariam o grupo, que, hoje, é o segundo maior da ALMG, atrás apenas do bloco de governo. Procurado, Engler não respondeu. O espaço segue aberto.