A disputa interna no PL pela liderança do bloco de sustentação ao governo Romeu Zema (Novo) ganhou um novo capítulo às vésperas do fim do recesso na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Após o nome do deputado estadual Antonio Carlos Arantes (PL) ganhar corpo para liderá-lo, o também deputado estadual Bruno Engler (PL) ensaia uma articulação para que o partido desembarque do grupo, o segundo maior da Casa.
Assim que Engler retornou dos Estados Unidos, onde estava para acompanhar a posse do presidente Donald Trump, Arantes teria lhe chamado para dizer que tem o apoio de outros partidos do bloco, que, além do PL, reúne o PRD, o Cidadania, o PSDB, o PSB, o PDT, o Solidariedade e o MDB, para assumir a liderança. O ex-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte teria ressaltado que não vai abrir mão de disputar o posto.
Diante da resistência de outros partidos, Engler ensaia um movimento para tirar o PL do bloco. Como o partido tem 11 deputados, ele sondou colegas para criar um novo grupo, mais à direita, já que, de acordo com o regimento interno da ALMG, são necessários, no mínimo, 16 parlamentares. A outra alternativa sobre a mesa é a formação de uma bancada, o que exigiria apenas cinco deputados e daria direito à indicação de um líder.
Interlocutores da ALMG avaliam que as eleições para o governo de Minas Gerais em 2026 podem pesar para a formação de um novo bloco. Como o PL pode encabeçar uma chapa, auxiliares ponderam que não faria sentido a permanência do partido em um grupo que dá sustentação ao governo Zema, que deve lançar o vice-governador Mateus Simões (Novo) para a sucessão.
Outros auxiliares da Casa, por sua vez, lembram que Engler precisará do apoio de, pelo menos, cinco dos dez deputados restantes do PL para tirar o partido do bloco e, até mesmo, para ser indicado para a liderança de uma eventual nova coalizão. Sem o aval da maioria, o ex-candidato à PBH não teria fôlego para liderar o desembarque do PL.
Arantes e Engler já haviam protagonizado a disputa pela 1ª Secretaria da ALMG. Às vésperas da eleição para a Mesa Diretora, o ainda 1º secretário, que buscava a recondução, prometeu ao ex-candidato à PBH apoiar as suas pretensões para liderar o bloco de sustentação a Zema. Ao ser informado, Gustavo Santana (PL), ainda líder, articulou o apoio da maioria da bancada do partido para ser alçado à Mesa, escanteando Arantes.
Apesar da disputa pela liderança do bloco, interlocutores da Casa afirmam que qualquer mudança terá que ter o aval do presidente Tadeu Leite (MDB), o Tadeuzinho. O MDB está no bloco de sustentação a Zema e, sem o PL, o número de deputados cairia para 15, o que seria insuficiente para que o grupo se sustentasse enquanto bloco.