Punição

Bartô é expulso do Partido Novo após ‘participar de prisão ilegal de cidadão’

Deputado estadual também esteve em manifestação de apoio ao presidente Jair Bolsonaro na capital mineira em 1º de maio

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 29 de julho de 2021 | 05:00
 
 
 
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O diretório nacional do Partido Novo anunciou ontem a expulsão do deputado estadual Bartô. Segundo a cúpula da sigla, a decisão da Comissão de Ética Partidária (CEP) foi pela presença do parlamentar em manifestação de apoio ao presidente Jair Bolsonaro na capital mineira em 1º de maio, “além de sua participação na prisão ilegal de um cidadão que, supostamente, teria cometido um delito”.

Atualmente, a posição do Novo é de oposição ao governo federal, e Bartô já tinha sido penalizado em 2019 por procedimentos internos, como de agressão verbal a Marcela Trópia, vereadora de Belo Horizonte, mas à época apenas filiada à legenda. Por ser “reincidente”, ele recebeu a pena de expulsão, como prevê o estatuto do Novo. 

Pela decisão do colegiado que julgou o deputado, “mesmo sem provas ou um mandado judicial”, ele acompanhou e endossou a autoridade policial, que adentrou o imóvel do cidadão, o algemou e o levou para prestar esclarecimentos na delegacia. À época, Bartô alegou que o morador de um prédio da região central jogou ovos nos manifestantes.

Por isso, a comissão de ética julgou como procedente a denúncia e entendeu que Bartô infringiu ao menos sete diretrizes do partido, entre aquelas listadas no estatuto, na diretriz partidária e no Código de Conduta.

O parlamentar recorreu da decisão. O pedido foi julgado por outra comissão do partido, que indeferiu o pedido em um processo em que “teve direito a ampla defesa” em todo o trâmite, segundo nota da legenda. 

Procurado, Bartô se manifestou por meio de nota. Ele lembrou que foi um dos fundadores do diretório estadual em Minas e que, durante os três anos de mandato, “trabalhou incansavelmente” pela defesa dos valores do partido e, com isso, “lutas foram travadas, entre elas, infelizmente, com pessoas ligadas ao próprio Partido Novo”. 

Sem citar nomes, ele se referia a membros do governo, como secretários, que optaram por receber jetons, além do próprio governador Romeu Zema (Novo), com quem já se indispôs em alguns momentos. 

Bartô afirmou que é um liberal de direita, que acredita no “Estado de Direito, no império da Lei e na liberdade com responsabilidade” e que, por isso, não se abstém de qualquer assunto que envolva esses pilares. “Assim, no Dia do Trabalhador, fui às manifestações defender dois dos três pontos que elas tratavam: a defesa da liberdade de trabalho e o voto eletrônico, com impressão. Após isso, fui perseguido pelo Diretório Nacional do partido, que, a meu ver, é um órgão que não representa em nada o partido e os seus filiados”, justificou.

Ao concluir a nota, ele disse que, embora esteja de saída do partido, vai continuar seguindo os valores e princípios defendidos pelo Novo, já que não são valores da legenda, mas sim princípios liberais.

 

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