O vereador Bim da Ambulância (PSD) apresentou na Câmara Municipal de BH dois projetos de lei para declarar a cidade como a capital nacional do “grau”, além de reconhecer essa e outras manobras de motocicletas como prática esportiva. Ambas as propostas tiveram o apoio do líder de governo, vereador Léo Burguês (PSL).
Recentemente, Bim e Léo se reuniram com o prefeito Alexandre Kalil (PSD) na sede do Executivo. O parlamentar do PSD saiu do encontro e fez postagens nas redes sociais afirmando que o prefeito se comprometeu a destinar um espaço na cidade para a prática.
Segundo a justificativa dos projetos, o “wheeling” ou “wheelie”, que em tradução livre significa empinar, “consiste na realização de manobras e acrobacias de solo sobre duas rodas, nas quais força e equilíbrio são exigidos ao máximo dos praticantes”. De acordo com o parlamentar, a modalidade tem crescido no Brasil e conquistado públicos, além de ser homologada pela Confederação Brasileira de Motociclismo, passando a ser modalidade disputada em campeonatos brasileiros desde 2013.
Embora a prática seja tipificada como infração gravíssima no artigo 244 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), Bim da Ambulância defende que a punição permaneça apenas em vias públicas, por colocar em risco a vida de quem pratica e de terceiros.
Em contato com o Aparte, Bim da Ambulância disse que chamou o líder de governo para fazer parte do projeto e que vão trabalhar juntos para aprovar os textos. Segundo ele, a proposta de reconhecer como prática esportiva é para definir parâmetros.
“Assim como o skate tem a área de prática, a gente quer um espaço fazer manobras para motocicletas, assim como tem as bikes, tem o motocross, tem outros esportes. A gente não está querendo regularizar algo proibido, porque não se trata de via pública, seria um espaço público para tal atividade”, explicou o vereador. Ele diz que o prefeito já tem um espaço para essa prática.
Perguntado sobre a dificuldade de se aprovar as propostas na Casa, embora exijam maioria simples dos presentes, Bim afirmou que o preconceito com o “grau” na Câmara existe quando o tema não é bem direcionado.
“A gente tem que apenas apresentar a realidade dos fatos, que realmente isso é uma modalidade, que vem crescendo não só em BH, mas Minas e no Brasil todo e que requer um tratamento especial. Mais cedo ou mais tarde, seria tema da Câmara, porque nós não estamos sendo pioneiros não, já tem outras cidades no Brasil que já reconhece como esporte e já destina espaço pra prática”, declarou.
Segundo o vereador, independente de aprovação dos textos, Kalil já teria abraçado a causa, e os projetos foram apenas para não deixar a ação sem respaldo e sem autoria. “Depois que nasce filho bonito, o que mais aparece é pai para assumir. A tranquilidade do PL é exclusivamente tratar pela transparência”, finalizou.
Caso as propostas recebam parecer pela constitucionalidade na Comissão de Legislação e Justiça (CLJ), ainda devem passar pelas comissões que tratam sobre política urbana e desporto/lazer antes de ir a plenário.