Mal-estar

Após desgaste com Planalto por decisão de Zanin, Pacheco não vai a agenda em MG

O presidente não citou o senador em pronunciamento nesta sexta (26/4), mas deu recado a deputados federais e senadores

Por Gabriel Ferreira Borges
Publicado em 26 de abril de 2024 | 10:57
 
 
 
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Apesar de ter sido convidado, o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD), não desembarcou junto à comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Belo Horizonte nesta sexta-feira (26/4). O presidente participou da inauguração da planta de produção de insulinas da farmacêutica Biomm, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, que tem como presidente do Conselho de Administração o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia.

Em release divulgado por volta das 7h desta sexta, o Palácio do Planalto informou que Pacheco estaria na comitiva ao lado das ministras da Saúde, Nísia Trindade, e da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e da primeira-dama Janja da Silva. Mais tarde, o nome do senador foi excluído do texto.

De acordo com a agenda oficial, Pacheco estaria nesta sexta, às 11h30, uma hora após o início previsto da inauguração da planta da Biomm, em Brasília, onde recebeu consultores legislativos e a advocacia do Senado. Estava sobre a mesa a decisão de quinta-feira (25/4) do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin que suspendeu trechos da prorrogação da desoneração da folha de empresas e prefeituras

O presidente do Congresso Nacional, que já chegou a dizer que o Lula o quer como candidato ao governo de Minas em 2026, não escondeu o incômodo com a judicialização da desoneração da folha, cuja prorrogação foi fiada por ele. Em nota, Pacheco afirmou que “o governo federal erra ao judicializar a política e impor suas próprias razões, num aparente terceiro turno de discussão sobre o tema da desoneração da folha de pagamento".

Durante o pronunciamento na solenidade, Lula não citou Pacheco, mas deu um recado a senadores e a deputados federais. “Eu nem te falei isso, (ministro da Fazenda, Fernando) Haddad, mas mandei preparar tudo o que fizemos em 14 meses e vou distribuir para cada deputado e para cada senador. Todos eles vão receber: quem é do governo, quem não é do governo, quem fala mal, quem fala bem”, afirmou o presidente.

Segundo Lula, os congressistas podem “continuar acreditando no que quiserem”, mas têm “a obrigação de saber o que está acontecendo no país deles”. “Voltei a governar o Brasil com a determinação de provar àqueles que por alguns momentos não gostam mais de democracia, que preferem a mentira e o ódio, que um país construído à base da verdade, do amor, da fraternidade, da democracia e da solidariedade, é muito melhor do que um país criado na base do ódio e da desavença”, criticou.

Em coletiva no início da tarde desta sexta em Brasília, Pacheco voltou a criticar o governo Lula. “O que nos gerou perplexidade foi o comportamento do governo federal. Isto alimenta o fenômeno da judicialização da política em um momento em que resolvemos a questão do Perse (programa para setor de eventos) e debatemos o adiamento de sessões do Congresso. (...) É uma ação precipitada, descontextualizada e fora do momento”, apontou o senador.

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