Pesquisa DATATEMPO

Avaliação positiva do governo de Romeu Zema chega a 47,1%

DATATEMPO mostra que índice alcançado às vésperas da campanha é o melhor registrado nos últimos 12 meses. Crescimento se deu após série de viagens pelo Estado no mês de junho

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 04 de agosto de 2022 | 05:00
 
 
 
normal

O governador Romeu Zema (Novo) chega às vésperas do início da campanha eleitoral com a melhor avaliação sobre seu governo nos últimos 12 meses. De acordo com a pesquisa DATATEMPO, a parcela do eleitorado que avalia a gestão dele como muito boa ou boa cresceu 6,2 pontos percentuais e chegou a 47,1%.

O crescimento se deu na comparação entre a rodada atual, realizada entre os dias 15 e 20 de julho, e a pesquisa feita no início de maio, quando Zema tinha 40,9% de muito bom ou bom.

A alta na avaliação positiva teve como fonte principalmente eleitores que avaliavam a administração estadual como regular. Este grupo representava 36,8% em maio e agora representa 31,5%, uma queda de 5,3 pontos percentuais. A fatia dos entrevistados que considera a administração de Zema ruim ou muito ruim também diminuiu, de 17,2% para 14,9%.

Made with Flourish

A melhora na avaliação do governo Zema ocorreu em um período com características distintas. Em junho, o governador permaneceu com o ritmo intenso de viagens ao interior para anunciar ações de seu governo.

Já em julho, as visitas praticamente cessaram, pois a legislação eleitoral passou a impor uma série de restrições aos agentes públicos que são candidatos, como, por exemplo, a proibição de comparecer a inaugurações de obras públicas.

Por isso, restou a Zema usar as próprias redes sociais para lembrar ações de seu governo. Um tópico que tem sido abordado de forma recorrente pelo governador é que obras que ainda estão na fase inicial não serão paralisadas por falta de recursos – quase sempre, as intervenções citadas estão previstas no acordo feito com a Vale a título de reparação pelo rompimento da barragem em Brumadinho. A mineradora vai desembolsar R$ 37 bilhões ao longo dos anos.

Os números da avaliação do governo Zema apontam que as críticas de seu principal adversário nas eleições, o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), não surtiram efeito até o momento. Nas viagens que tem feito por Minas Gerais desde que deixou o cargo no final de março, Kalil tem dito que caberá ao eleitor comparar o que ele fez na prefeitura da capital com o que Zema fez no governo.

A aprovação do governador também subiu desde maio. Há três meses, era de 59%, e atualmente está em 63,5%. O índice, no entanto, é menor do que os 69,2% registrados em julho do ano passado. Ao mesmo tempo, a desaprovação caiu de 32,6% para 27,2%.

A avaliação e o nível de aprovação são importantes porque as eleições em que um governante tenta se reeleger são, na prática, um referendo em que a população responde se quer que o governo dos últimos quatro anos continue ou não. Zema lidera a pesquisa de intenção de votos, com 48,3%, contra 23,2% de Kalil.

“Eleitores satisfeitos com uma administração corrente são menos favoráveis à mudança de governo, favorecendo reeleições quando os percentuais de avaliações positivas são altos”, diz a analista do DATATEMPO, Bruna Assis. “Apesar de influenciar a disputa, esse fator sozinho não determina os resultados das eleições, e outras características como, por exemplo, o desempenho dos oponentes e as próprias campanhas eleitorais são significativas para análise dos resultados”, explica.

Números piores na região metropolitana

A região metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) é o local onde o governo de Romeu Zema (Novo) tem a pior avaliação: 20,3% consideram a administração como ruim ou muito ruim. Mesmo os 39% que acham a gestão do atual governador muito boa ou boa representam percentual inferior do que a média geral de 47,1% em todo o Estado.

Um dos fatores que podem explicar a piora dos índices na RMBH é justamente o adversário Alexandre Kalil. Popular na capital, o ex-prefeito de Belo Horizonte critica Zema desde os meses seguintes às chuvas que afetaram a cidade no início de 2020. Segundo Kalil, o governador abandonou financeiramente a cidade, o que o governo de Minas nega.

A queda na avaliação de Zema na região metropolitana é refletida nas intenções de voto: o governador tem 48,3% em todo o Estado, mas o percentual cai para 32,9% quando são levados em conta apenas Belo Horizonte e os municípios da região. O inverso acontece com Alexandre Kalil. Ele tem 23,2% dos votos em Minas Gerais, mas o percentual sobe para 41% na região metropolitana.

“Nos últimos anos como prefeito da capital, Kalil tomou medidas e fez críticas públicas, sobretudo no que diz respeito à pandemia, às posturas adotadas por Zema”, afirmou Bruna. “As divergências nos planos de governo, associado à reeleição de Kalil com ampla vantagem em 2020 (eleito no primeiro turno com 63% dos votos), indicando satisfação com a administração e a boa relação com os prefeitos da RMBH, ajudam a compreender as avaliações do atual governador na região”, concluiu a analista do DATATEMPO.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!