Congresso Nacional

Bancada mineira adota cautela sobre ocupação de postos-chave na Câmara

Deputados evitam comentários públicos para não atrapalhar negociações

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 13 de janeiro de 2021 | 08:00
 
 
 
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Com as negociações a todo vapor em torno da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, a bancada de Minas Gerais tem adotado uma postura cautelosa ao tratar dos cargos que poderão ser ocupados por deputados mineiros a partir de fevereiro.

Os deputados evitam comentar oficialmente articulações envolvendo apoios tanto a Baleia Rossi (MDB-SP) quanto ao candidato que conta com o apoio do governo federal, Arthur Lira (PP-AL). A 20 dias da eleição, os parlamentares estão receosos de falar publicamente sobre o que está sendo negociado para não correr o risco de “queimar” as negociações.

“É natural que nessa fase existam ainda muitas indefinições. Daqui até o final, nos próximos 15 dias, é que começa efetivamente a se saber a força que cada um tem”, afirma o deputado Paulo Abi-Ackel, presidente do PSDB em Minas Gerais, se referindo aos candidatos à presidência.

Nos bastidores, porém, há a percepção de que a bancada mineira pode conseguir emplacar nomes em posições importantes, seja na Mesa Diretora ou em outros postos cobiçados, como a relatoria do Orçamento, a Comissão de Constituição e Justiça ou a liderança da Maioria. Atualmente, Minas tem um parlamentar na Mesa Diretora: o deputado federal Mário Heringer (PDT), que é 2º secretário.

Um argumento sempre lembrado é que o estado tem a segunda maior bancada, com 53 deputados — a maior é a de São Paulo, com 70 deputados.

Outro ponto levantado é que uma eventual vitória do mineiro Rodrigo Pacheco na disputa pela presidência do Senado pode respingar na Câmara e resultar em mais peso político para a bancada, já que muitos deputados mineiros teriam uma relação próxima com o presidente do Congresso Nacional.

Deputado mineiro é candidato independente

Além de Arthur Lira e Baleia Rossi, o deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) também é candidato à presidência da Câmara dos Deputados em uma candidatura que ele próprio classifica como “independente”, já que o MDB, enquanto partido, apoia Rossi.

“Minha candidatura é independente, o que é um direito do parlamentar. Essa candidatura tem chances de ganhar essa eleição. É uma terceira via viável que a gente oferece ao parlamento porque hoje nós temos um parlamento que é uma ditadura e a maioria dos parlamentares que aqui estão não são convocados para as grandes pautas do Brasil”, afirma.

“Quero acabar com aquela questão de alto e baixo clero, a gente fazer na Câmara um clero só porque todo mundo foi eleito deputado e na hora que chega aqui é uma decepção danada dentro do plenário”, completa o deputado.

Fábio Ramalho é visto como alguém que pode ser fundamental para os rumos da eleição na Câmara. Em um eventual segundo turno, o apoio dele e do grupo que conseguir reunir pode ser decisivo para definir se será Arthur Lira ou Baleia Rossi que presidirá a Casa pelos próximos dois anos.

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