O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, fez duras críticas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na abertura da sessão da Corte na manhã desta quinta-feira (9). O ministro afirmou que o presidente tem retórica vazia, não cumpriu compromissos feitos e que ataca as instituições para esconder o fracasso de seu governo. "É muito triste o ponto a que chegamos", afirmou.
No início de sua fala, Barroso citou rupturas e ruídos democráticos pelo mundo e afirmou que o Brasil não quer entrar para esse clube.
"Os exemplos foram se acumulando ao longo da história. Hungria, Polônia, Turquia, Rússia, Ucrânia, Geórgia, Filipinas, Venezuela, Nicarágua e, mais recentemente, El Salvador. É nesse clube que não queremos entrar. Em todos eses casos que eu citei a erosão da democracia não se deu por golpe de estado sob as armas de generais e de seus comandadados. A subversão democrática nesses países a que me referi ela se deu pela condução de lideres políticos, primeiros-ministros e presidentres eleitos pelo voto popular e que, em seguida, medida por medida, vêm desconstruindo os pilares que sustentam a democracia e pavimentando o caminho para o autoritarismo", afirmou.
"O pesidente da República repetiu incessantemente que teria havido fraude na eleição na qual ele se elegeu. Disse eu então à época que ele tinha o dever moral de apresentar as provas. Não apresentou. Continuou a repetir a acusação falsa e prometeu apresentar as provas novamente. Após uma live que deverá figurar em qualquer futura antologia de eventos bizarros, foi intimado pelo TSE para cumrpir o dever jurírido de apresentar as provas se as tivesse, e não apresentou. É tudo retórica vazia contra pessoas que trabalham sério e com amor ao Brasil, como somos todos nós aqui. Retórica vazia, política de palanque. Hoje em dia, salvo os fanáticos, que são cegos pelo radicalismo, e os mercenários, que são cegos pela monetização da mentira, todas as pessaos de bem sabem que não houve fraude e quem é o farsante nessa história", disse.
"O predidente da Câmara afirmou que após a votação da proposta o assunto estaria encerrado. Cumpriu a palavra. O presidente do Senado afirmou que após a votação da proposta o assunto estaria encerrado. Cumpriu a palavra. O presidente da República, como ontem lembrou o presidente da Câmara, afirmou que após a votação da proposta o assunto estaria encerrado. Não cumpriu a palavra. Seja como for, é uma covardia atacar a Justiça Eleitoral por falta de coragem de atacar o Congresso Nacional que é quem decide a matéria", completou.