O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a discursar por "eleições limpas" em almoço com empresárias e executivas em almoço em São Paulo (SP), nesta segunda-feira (25). "Nós vamos sim ter eleições limpas no corrente ano, transparentes", disse, seguido de aplausos. "Não temos uma guerra com ninguém. Aqui não tem ditador no Brasil. Não interessa em qual Poder esteja, nós temos que dever lealdade ao nosso povo, buscar fazer a melhor coisa possível, sem que haja desconfiança futura", acrescentou.
O mandatário repetir discurso em tom conservador e defendeu a ampliação do porte e da posse de arma de fogo em política ampliada em seu governo. Ele questionou se mulheres não gostam de assuntos que abordem armas e motos - em referência às motociatas que costuma fazer.
"Eu dou minha opinião sobre arma de fogo, ninguém vai conseguir unanimidade limpa, mas vocês, viajando por aí, às vezes fura um pneu do carro e eu acho que uma ama ajuda a defendê-las se aparecer algum engraçadinho", justificou.
Para Bolsonaro, o governo dele foi "o que mais encarcerou machão". Ele citou o assassinato do petista Marcelo Arruda pelo bolsonarista Jorge Guaranho, em Foz do Iguaçu (PR) e, após classificar o crime como "torpe e fútil", tensou se isentar de casos de violência pelo apoio armamentista.
"Quiseram botar no meu colo essa morte, nós pegamos o número de mortes violentas em 2016, [foram] 61 mil. No ano passado, [foram] 41 mil. O nosso governo diminuiu em 20 mil", informou. Apesar de confirmar o número informado pelo presidente em 2016, o Anuário Brasileiro da Segurança Pública apontou 47,5 mil mortes violentas em 2021.
O mandatário ainda competou ações de seu governo e, sem citar diretamente um nome, fez comparações com o candidato presidencial do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, a quem tem como maior adversário eleitoral segundo pesquisas.
"Eu sei que, no nosso meio, quando a gente não quer alguma coisa, a gente não compra. O outro lado, quando ele não quer, ele impõe para ninguém ter acesso aqui", disparou. Ele continuou os ataques a Lula e afirmou que o petista defende bandidos.
“Eu peço a Deus que nos ajude a tomar as decisões certas. Ninguém quer aqui ideologia de gênero para os nossos filhos a partir de 6 anos de idade. É um crime isso daí. Ninguém quer um filho tendo contato com drogas, quando o outro fala em liberar as drogas. Nós aqui não tratamos sequestradores como meninos que cometeram equívocos", afirmou.
"Nós aqui entendemos que o ladrão de celular tem que ir para a cadeia, não tem que achar que isso é normal para ‘tomar uma cervejinha’. Entendemos que operações internacionais tem que ser tratadas com respeito, com estadismo, e não vamos resolver problemas de guerra tomando cerveja também”, ironizou.
O chefe do Executivo também comparou o Brasil a um carro esportivo de luxo e disse que não se pode colocar o país nas mãos de um “bêbado”, indicando que a os eleitores não devem se omitir nas eleições.
“Não adianta você ter uma Ferrari se você botar um bêbado para dirigir. Vocês sabem o que vai acontecer na primeira curva. E o Brasil é mais que uma Ferrari: é uma terra santa, uma terra fantástica, que não falta nada, temos tudo na nossa frente. Por vezes, falta a nós aqui não nos omitirmos”, acusou.
Ao comentar sobre a presença e mulheres em suas motociatas, Bolsonaro declarou que elas "são muito bem-vindas" e "ajudam a humanizar aquela imagem do motociclista [...] com roupa esquisita". Reforçando o aceno que faz às mulheres para conseguir apoio eleitoral, ele disparou, ao se despedir: "Uma andorinha não faz verão, mas todo verão começa com uma andorinha. E vocês são as andorinhas do meu Brasil".
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