A falta de reciprocidade do presidente da República Jair Bolsonaro (PL) ao senador Carlos Viana, candidato do PL ao Governo de Minas, chamou a atenção durante a visita presidencial a Montes Claros, no Norte de Minas, nesta sexta-feira (5). Apesar dos parceiros de chapa se sentarem lado a lado, em clima amistoso, Bolsonaro evitou gestos explícitos de apoio a Viana.
O evento foi a primeira agenda do presidente em Minas, após a candidatura de Viana ter sido oficializada na última terça-feira (2). A expectativa era de que Bolsonaro sacramentasse o nome de Viana como seu candidato em Minas.
Viana discursou antes do presidente da República, agradeceu os presentes e exaltou a presença de Bolsonaro no Norte do estado. “Mais uma vez uma alegria muito grande estar de volta à uma cidade que me recebeu de uma maneira tão espetacular e que considero hoje minha segunda casa. Há muito tempo nós já convidamos e tínhamos a expectativa de trazer o nosso presidente Bolsonaro para visitar essa cidade tão calorosa", afirmou.
Ainda durante o discurso, o senador enalteceu a presença do deputado estadual Cleitinho Azevedo, indicado para compor a chapa bolsonarista como candidato ao Senado (PSC), no evento, o que gerou aplausos e manifestações de apoio.
Neste momento, Viana chamou Cleitinho para o centro do palco e foi atendido pelo deputado, mas não pelo presidente da República, que se recusou a levantar. No final, apenas Viana e Cleitinho levantaram as mãos juntos, enquanto Bolsonaro permaneceu sentado ao fundo.
Em um discurso breve, Bolsonaro falou sobre 'liberdade' e 'patriotismo', mas não citou o nome de Viana e Cleitinho. "Um país livre, democrático, rico e cristão. Ninguém no mundo tem o que nós temos. Em especial, este povo que respira patriotismo e liberdade", disse o presidente . Bolsonaro encerrou a fala em pouco mais de 2 minutos e deixou o evento.
Do lado de fora do Parque de Exposições João Alencar Athayde, Bolsonaro discursou rapidamente em palco montado na área externa mas, novamente, não mencionou o nome do senador.
Após meses de indefinição em relação ao palanque no estado, Bolsonaro bateu o martelo na última terça-feira (2) e chancelou a candidatura de Viana ao Executivo estadual.
Primeiro, Bolsonaro aguardava acenos do governador Romeu Zema (Novo), a quem demonstrou desejo de se aliar em Minas, segundo maior coléigio eleitoral do país, mirando no bom desempenho de Zema nas pesquisas eleitorais.
Em maio deste ano, durante evento na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG), na capital, Bolsonaro chegou a levantar a mão de Zema após gritos de "mito" e "Zema".
Sem sinalização de aliança por parte do governador, que declarou apoio ao candidato à Presidência do partido Novo Felipe d'Ávila, Bolsonaro optou por garantir palanque prório em Minas com Viana.