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Com derrota na ALMG, cresce pressão para Igor Eto ser exonerado do governo Zema

Secretário foi responsável pela articulação política para presidência da ALMG; nesta terça-feira (24), governo teve que ceder e Tadeu Martins Leite (MDB) será candidato único

Por Pedro Augusto Figueiredo
Publicado em 24 de janeiro de 2023 | 21:10
 
 
 
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Com a consolidação da candidatura única de Tadeu Martins Leite (MDB) para a presidência da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), aumentou a pressão, inclusive dentro do Partido Novo, para que o secretário de Governo, Igor Eto (Novo), seja exonerado do cargo.

O entorno de Eto nega a possibilidade. Ele foi procurado, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.

O secretário foi o principal responsável pela articulação política do governo que culminou, nesta terça-feira (24) na desistência do Palácio Tiradentes de ter candidato após lançar dois nomes diferentes — Roberto Andrade (Patriota) e Duarte Bechir (PSD), que não conseguiram conquistar votos suficientes para disputar com Tadeuzinho.

Eleger um deputado aliado para comandar o Legislativo era uma prioridade do governo Zema no início do segundo mandato. Nesse momento, aliados do governo e integrantes do Novo afirmam que a situação é insustentável. 

Tadeu Martins Leite, inclusive, chegou a se reunir duas vezes com Igor Eto na Cidade Administrativa para tentar o apoio do governo à candidatura dele, mas foi rejeitado, apesar de ser amigo pessoal do secretário.

O governo decidiu lançar Roberto Andrade como candidato. Embora seja querido na ALMG, ele foi visto como um nome imposto por Eto. Aliados de Tadeuzinho avaliam que, caso o candidato governista fosse Antônio Carlos Arantes (PL) ou Gustavo Valadares (PMN), o cenário seria muito mais difícil para o candidato do MDB.

Diante da situação desfavorável e com Tadeuzinho conquistando cada vez mais votos, o governo sondou Arantes e Valadares na segunda-feira (23) sobre a possibilidade deles se candidatarem e disputarem contra o emedebista. Ambos rejeitaram. 

Igor Eto foi o pivô de um desentendimento com o deputado estadual Gustavo Santana (PL), filho do presidente do PL em Minas Gerais, José Santana. A briga foi a faísca que, ao fim, levou oito dos nove deputados do PL a abandonarem o candidato do governo e declararem apoio a Tadeu Martins Leite, o que praticamente sepultou a candidatura de Roberto Andrade.

Ainda em dezembro, Gustavo Santana assinou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dobrava as emendas impositivas de 1% para 2% da arrecadação do governo. Ao saber do posicionamento, Igor Eto enviou uma mensagem dura ao deputado, que não gostou do tom e se queixou com colegas parlamentares com quem participava de uma reunião.

Ainda em relação ao PL, pesa contra Eto a denúncia do deputado eleito Cristiano Caporezzo (PL). Segundo o parlamentar, o secretário teria tentado chantagear um coronel da Polícia Militar, que havia sido indicado para chefiar o Estado Maior da corporação, para que ele, Caporezzo, votasse no candidato do governo para a presidência da ALMG.

A denúncia foi corroborada pelo coronel Marco Aurélio Zancanela, que teria recebido a ligação de Eto. Anunciado como o chefe do Estado Maior, ele não assumirá o posto. O governo Zema trocou a indicação e nomeará o também coronel Marcelo Ramos de Oliveira para o posto.

Por outro lado, pessoas próximas de Igor Eto afirmam que o cenário para o secretário e para o governo não é ruim. A avaliação é que Zema começará o segundo mandato com cerca de 40 deputados na base de apoio, o suficiente para aprovar projetos de lei. Eles afirmam que a principal preocupação do governo é votar projetos prioritários, como o Regime de Recuperação Fiscal. 

Diferente dos últimos quatro anos, quando os projetos de Zema sequer eram pautados por Agostinho Patrus (PSD), eles projetam que a negociação com Tadeuzinho para as propostas serem votadas será muito mais fácil.

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