Preso na manhã desta quinta-feira (21), em São Paulo, pela força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, Michel Temer tornou-se o segundo ex-presidente da República a ir para a prisão por um crime comum. Antes dele, Luiz Inácio Lula da Silva (Chefe de Estado entre 2003 e 2010) está encarcerado desde 7 de abril de 2018 por corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do Triplex no Guarujá, em São Paulo.

Porém, engana-se quem pensa que a lista é restrita aos dois. Desde o período da República Velha tivemos ex-presidentes encarcerados, porém as prisões tiveram motivação política.

O primeiro deles foi Hermes da Fonseca, que presidiu o país entre 1910 e 1914. Ele foi parar atrás das grades em julho de 1922, por conta de uma determinação de Epitácio Pessoa, então presidente, em virtude de uma revolta contra uma intervenção federal em Pernambuco.

Já Washington Luís (1926-1930) entrou para história por ser o único a ir para a prisão ainda durante o mandato, tudo por conta de um golpe de Estado. Após apoiar Júlio Prestes como seu sucessor e vê-lo vencer a corrida presidencial contra Getúlio Vargas, Washigton viu o “Pai dos Pobres” acusar sua chapa de fraude durante o pleito. Assim, em 24 de outubro de 1930, ele foi obrigado a deixar a sede do governo, então no Rio de Janeiro, e ir para o Forte de Copacabana, onde ficou detido. Ele viveu 17 anos no exílio, retornando ao país em 1947, após a redemocratização, com o fim da ditadura do Estado Novo.

Pouco depois, seu antecessor, Artur Bernardes, presidente entre 1922 e 1926, foi preso em 1932 após tentar fazer um levante contra  Vargas. Ele foi exilado para Portugal.

Além deles, Juscelino Kubitschek foi preso em 1968, um ano após ter cassado seu mandato como senador por Goiás. Ele ficou nove dias atrás das grades em Niterói, ficando mais um mês em prisão domiciliar. Ao lado de Carlos Lacerda, ele se articulava com o ex-presidente João Goulart para formar uma frente popular que exigia a volta da democracia.