BRASÍLIA – A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (22), em votação simbólica, projeto que estabelece medidas emergenciais para socorrer os setores de cultura e turismo do Rio Grande do Sul e isenção do Imposto Sobre Produtos Industrializado (IPI) na compra de alguns móveis e eletrodomésticos por microempreendedores e moradores do Estado assolado por enchentes.
Para entrar em vigor, o texto também precisa ser aprovado pelos senadores. Assim como ocorreu com medida similar para socorrer o setor durante a pandemia de Covid-19, o projeto sobre cultura e turismo prevê obrigações dos empresários e prestadores de serviços com os consumidores, artistas e profissionais contratados.
Conforme o texto aprovado na quarta-feira, no caso de adiamento ou cancelamento de serviços, reservas e eventos, incluídos shows e espetáculos, de 27 de abril a 31 de dezembro de 2025, os organizadores deverão garantir:
O texto sobre isenção de IPI aprovado na Câmara é um substitutivo do deputado Lucas Redecker (PSDB-RS) para o projeto de lei número 4731, de 2023, das deputadas Maria do Rosário (PT-RS) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).
A isenção vale apenas para produtos fabricados no Brasil. Confira a lista:
Poderão usufruir da isenção as pessoas físicas e os microempreendedores individuais (MEIs) residentes ou com domicílio fiscal em municípios cuja calamidade pública ou situação de emergência tenham sido reconhecidos pelo Executivo Federal.
Para obter a concessão do benefício, o interessado deverá comprovar que morava ou tinha domicílio fiscal na localidade do desastre e que a edificação foi diretamente atingida.
O texto limita o uso da isenção a uma única vez por um membro de cada uma das famílias atingidas e para um produto, segundo regulamento da Receita Federal.
Ao contrário de outras iniciativas, o desconto do tributo valerá para todas as situações de emergência e de calamidade pública reconhecidas pelo Executivo federal, não se restringindo àquelas referendadas pelo Congresso Nacional para fins de flexibilização fiscal e orçamentária, como no caso do Rio Grande do Sul.
As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul afetaram 467 dos 497 municípios do Estado e causaram mais de uma centena de mortes. O desastre climático ainda afetou o fornecimento de água tratada e de energia elétrica em centenas de milhares de imóveis.
Veja os números mais recentes da catástrofe, divulgados pela Defesa Civil na manhã desta quinta-feira (23):
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