BRASÍLIA - O deputado federal Glauber Braga (Psol-SP) completou, nesta quarta-feira (16), uma semana de greve de fome. Ele também dorme desde 9 de abril em um colchão colocado no chão do plenário do Conselho de Ética da Câmara, onde foi realizada a sessão que aprovou o relatório favorável à cassação de seu mandato.
Até agora, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não fez sinalizações públicas ao protesto de Glauber, que busca o encerramento de seu processo. Para que o deputado perca o mandato, o parecer pela cassação precisa ser levado para votação no plenário.
Motta também não está em Brasília nesta semana. Ele aproveitou o “feriadão” da Semana Santa para uma viagem particular com a família e entregou o comando da Câmara desde a segunda-feira (14) para o vice-presidente, Altineu Côrtes (PL-RJ).
Na manhã desta quarta-feira, um boletim divulgado pela assessoria informou que Glauber a greve de fome completou 177 horas de greve de fome. Neste período, o deputado ingeriu água, isotônico e soro. Ele também passa por duas avaliações médicas por dia.
De acordo com o médico Antônio Alves, Glauber relatou ter sentido, na terça-feira (15), dor de cabeça que passou sem uso de remédios, mal-estar gastrointestinal e dor nas costas. Ele já perdeu mais de 4 kg. “Essa noite senti mais o abalo emocional. Dormi pouco, cerca de quatro horas. Acordei, pensei bastante e me sinto forte novamente. Não vou desistir”, disse o deputado.
O deputado tem recebido a visita de ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social) e Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência).
Estão na lista, ainda, Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar do Brasil), Cida Ginçalves (Mulheres) e Sonia Guajajara (Povos Indígenas), além de parlamentares. As visitas são orientadas ao uso de máscara facial.
Glauber Braga foi alvo de uma ação no Conselho de Ética porque expulsou a chutes dos espaços da Câmara, em abril de 2024, um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) que o provocou. O parlamentar acusa, porém, o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) de articular sua cassação como resposta a denúncias sobre o Orçamento secreto.