BRASÍLIA – O deputado federal Rodrigo Valadares (União Brasil-SE) protocolou nesta segunda-feira (11) um requerimento para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar denúncias feitas pelo influenciador digital Felipe Bressanim Pereira, o Felca.
Na última quarta-feira (6), Felca publicou um vídeo de 50 minutos no YouTube abordando a adultização e a exploração de crianças e adolescentes, com diversos casos em que jovens são expostos de forma sexualizada na internet.
Felca apontou uma rede de influenciadores brasileiros que, de forma direta ou indireta, estariam incentivando, facilitando ou normalizando crimes de exploração sexual infantil. O relato também aponta para a atuação de um possível grupo de pedófilos.
As revelações ganharam grande repercussão e reforçaram o alerta sobre o preocupante fenômeno da “adultização” precoce de crianças e adolescentes nas redes sociais, que rende milhões de reais a influenciadores digitais.
Motta diz que tema será prioridade na Câmara
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou, também na segunda-feira, que pretende colocar em votação projetos que tratam da proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital.
Apenas até o fim da noite desta segunda-feira, 13 projetos haviam sido protocolados na Câmara sobre adultização e penalização da pornografia.
Para Motta, os vídeos do influenciador Felca denunciando a exploração de menores de idade nas redes sociais chocaram e mobilizaram milhões de brasileiros, com mais de 30 milhões de visualizações até segunda-feira.
“Esse é um tema urgente, que toca no coração da nossa sociedade. Na Câmara, há uma série de projetos importantes sobre o assunto. Nesta semana, vamos pautar e enfrentar essa discussão”, disse Motta nas suas redes sociais.
Está parado na Câmara um projeto que estabelece mecanismos para o combate de conteúdos de exploração sexual de crianças e adolescentes em ambiente digital. O texto do senador Alessandro Vieira (MDB-SE) foi aprovado no Senado em dezembro. Para valer, no entanto, a norma precisa ser aprovada também na Câmara.
A proposta tem grande possibilidade de encaminhamento em plenário. Em maio, a deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) apresentou requerimento de urgência (para acelerar a tramitação) do projeto, que conta com a adesão de líderes do PSD, PDT, Republicanos, União, PSDB, PT, PV, Psol e PSDB.