BRASÍLIA - O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) endossou as ameaças corriqueiras ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e garantiu que irá "às últimas consequências para retirar esse psicopata do poder".
Em declaração à BBC nesta quinta-feira (14/8), Eduardo dirigiu ataques às posições do ministro nas ações penais que têm o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como réu principal. Alexandre de Moraes é relator em todas elas e, em maio, acatou pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) determinando a abertura de um inquérito para investigar a atuação do deputado nos Estados Unidos.
Ausente das sessões de votação após o encerramento da licença de 120 dias concedida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), Eduardo se autointitula "conselheiro informal" dos EUA sobre o cenário da política no Brasil. Para ele, mais autoridades brasileiras sofrerão sanções aplicadas pelo presidente norte-americano Donald Trump, como ocorreu com Moraes, atacado pela Lei Magnitsky.
"Há, na mesa do secretário Marco Rubio, a retirada de vistos, entre outros mecanismos de pressão para tentar fazer com que o Brasil saia dessa crise institucional que nós vivemos", afirmou à BBC.
Eduardo admitiu, ainda, que as sanções poderão ser estendidas a Motta e ao presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). "O que eu sei é o seguinte: eles já estão no radar e as autoridades americanas têm uma clara visão do que está acontecendo no Brasil e sabem que, por exemplo, o processo de anistia depende de ser iniciado pela mesa do presidente Hugo Motta", ameaça.
A solução, para Eduardo Bolsonaro, é que a política brasileira se volte contra o ministro do Supremo. "Creio que, se Alexandre de Moraes for isolado, não serão necessárias novas sanções e o Brasil vai poder retornar a ter harmonia entre os poderes", afirmou. "Para Alexandre de Moraes, não há qualquer tipo de negociação. Ele tem que ser sancionado com a Magnitsky. Espero que não demore muito para os Estados Unidos aceitarem a minha humilde sugestão, que é de sancionar a esposa dele", acrescentou Eduardo.
Acumulando divergências públicas com o aliado do pai, o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), Eduardo descartou a possibilidade de a eleição presidencial ocorrer sem Jair Bolsonaro nas urnas. Perguntado se apoiaria Tarcísio, foi enfático: "está fora de cogitação para mim", disse. "Para mim, o candidato é Jair Messias Bolsonaro", completou.