BRASÍLIA - A benção do ex-presidente Jair Bolsonaro foi definitiva para o Partido Liberal (PL) decidir que o deputado federal Domingos Sávio concorrerá ao Senado por Minas Gerais em 2026. A opção é corroborada pelo resultado de uma pesquisa encomendada pelo partido, que indicou o deputado como o melhor nome diante dos outros cinco possíveis candidatos ventilados pela legenda.
Em todos os cenários, Domingos Sávio desbanca o deputado estadual Cristiano Caporezzo, os também deputados federais Eros Biondini e Zé Vitor, o vereador Vile Santos e o advogado Marco Antônio Costa, apelidado de "Superman". O partido se debruçou sobre os seis nomes nos últimos meses, colocando-os à prova dos eleitores e de seus diretórios para identificar quais seriam viáveis. A última palavra caberia a Bolsonaro, principal liderança da direita, cabo eleitoral e presidente de honra da sigla.
Entre os cotados, apenas Eros Biondini e Superman optaram por revelar publicamente que eram pré-candidatos. Enquanto Biondini se testava sem resistência de colegas do partido, Marco Antônio Costa largou com amplo rechaço interno. Primeiro porque ele, de São Paulo, se mudou para Minas Gerais com o único intuito de se lançar candidato, não tendo nenhuma relação com o Estado. Depois, porque ele não é filiado ao partido.
Com bom trânsito entre prefeitos, Domingos Sávio admitia a aliados seu interesse em concorrer ao Senado se encontrasse consenso no partido e entre os pares. A candidatura dele foi encorajada pelo próprio Bolsonaro, segundo aliados. E a palavra final sacramentou o rumo do PL no Estado no pleito. O entendimento é de que o deputado é o candidato com perfil que o partido quer no Senado. Ainda que Minas Gerais tenha duas de suas três cadeiras em disputa na eleição, o PL pretende lançar apenas um nome - se optasse por dois, o favorito para a segunda seria Eros Biondini.
A boa relação com Bolsonaro também contribuiu para converter Domingos Sávio no nome do partido para o Senado. A decretação da prisão domiciliar pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não impediu que eles se encontrassem, e o deputado figurou entre os visitantes que pediram à Corte autorização para ver o ex-presidente.
A opção do PL para concorrer ao governo de Minas Gerais ainda não aconteceu. Interlocutores, entretanto, indicaram que uma aliança com o Republicanos é bastante provável, principalmente se o senador Cleitinho (Republicanos-MG) concorrer ao Palácio Tiradentes. Nesse cenário, há ainda tendência de a chapa para o Senado ser desenhada com Domingos Sávio e o também deputado federal Euclydes Pettersen, presidente estadual do Republicanos.
Aliados dizem que Domingos, agora abençoado por Bolsonaro, lançará a pré-candidatura nas próximas semanas.
A O TEMPO, a assessoria do deputado afirmou que o partido ainda não definiu o nome que concorrerá pela sigla ao Senado Federal e que a resolução deve ocorrer em outubro, mas admite que a relação de Domingos Sávio com Bolsonaro, com as bancadas e com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, "pode, sim, ser um ponto positivo".