BRASÍLIA - O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reiterou nesta terça-feira (9/9) críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O magistrado votou pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros sete réus por suposta tentativa de golpe de Estado em julgamento na Primeira Turma da Corte.
Para o filho do ex-presidente, Moraes proferiu um “voto político”, sem embasamento jurídico. Ele afirmou que o ministro votou com “raiva e ódio” e agiu como um "líder do PT" na Suprema Corte.
“É uma tristeza no coração ver como uma pessoa pronuncia um voto político, com tanta raiva, fala com tanto ódio. Parecia o líder do governo do PT no Supremo, proferindo palavras sem embasamento jurídico, sem vinculação com nenhuma prova”, disse.
Flávio fez um pronunciamento no Senado logo após o voto de Moraes no julgamento contra Bolsonaro. O congressista reforçou acusações apresentadas por Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro, que alega a existência de fraudes no gabinete do magistrado.
O senador afirmou que uma perícia “comprovou” as denúncias de Tagliaferro, em especial a suposta manipulação processual por ocasião de uma busca e apreensão determinada por Alexandre de Moraes contra um grupo de empresários nas eleições de 2022.
Flávio afirmou que oficiará todos os ministros do STF e solicitará a abertura de uma investigação, além da suspensão do julgamento do plano de golpe. Anteriormente, Moraes negou irregularidades e declarou que todos os procedimentos foram oficiais, regulares e documentados nos inquéritos.
Nesta semana, os ministros da Primeira Turma do STF decidem pela absolvição ou condenação de Bolsonaro e dos outros réus do chamado "núcleo 1" ou núcleo crucial" da suposta trama. Eles respondem por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Mais cedo, Moraes, relator do caso, apresentou seu voto para condenar o grupo. Ao longo de sua manifestação, o magistrado elencou o que considera provas “cabais” da tentativa de ruptura do Estado democrático. Depois dele, votam os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.