A votação do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) deve acontecer somente na noite desta terça-feira (26). Após a leitura do documento pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), que pede o indiciamento de 81 pessoas, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, por ações durante a pandemia, a comissão iniciou os debates e suspendeu a reunião para o almoço.
O debate vai continuar entre 15h e 17h, quando será novamente suspensa para a sessão de votações do plenário do Senado. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), informou que a segunda pausa foi um pedido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que pretende votar o projeto que insere a renda básica como um direito social. A CPI será retomada, então, às 18h30 desta terça para a votação do documento.
O relatório de quase 1300 páginas relata a forma como a pandemia do coronavírus foi conduzida. O primeiro indiciado é Bolsonaro, mas outras 78 pessoas e as empresas VTCLog podem ser investigadas pelo trabalho da comissão.
Os três filhos políticos do presidente também são acusados por Renan por incitação ao crime pelo incentivo na divulgação de informações falsas: o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Além deles, há o pedido de indiciamento de quatro ministros que ocupam cadeiras na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. São eles Marcelo Queiroga (Saúde), Walter Braga Netto (Defesa), Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União). Os ex-ministros da Saúde, Eduardo Pazuello, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, também foram responsabilizados pela CPI.
Renan sugere ainda o indiciamento dos deputados federais Bia Kicis (PSL-SP), Carla Zambelli (PSL-SP), Carlos Jordy (PSL-RJ), Osmar Terra (MDB-RS) e Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara. O relator incluiu de última hora no rol de indiciados o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), aliado do governo federal na CPI.
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