BRASÍLIA - O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) negou que a direita esteja apoiando o tarifaço do presidente norte-americano Donald Trump. "Não estou aplaudindo. Ninguém está aplaudindo. Ninguém está feliz. Na verdade, estou angustiado e estou mais preocupado ainda porque o presidente do país é o Lula", declarou à GloboNews nesta sexta-feira (11/7).
Ele afirmou que o Brasil não conseguirá negociar com os Estados Unidos e pontuou que as sanções norte-americanas têm viés político.
"A sanção que o Trump impõe não é meramente econômica. Ela tem um viés, sim, político", afirmou. "Infelizmente, o Brasil não tem condições de negociar de igual para igual com os Estados Unidos. Ele [Trump] não negocia, ele impõe exigências", completou.
Flávio ainda atrelou a negociação para pôr fim à sobretaxa de 50% à aprovação do Projeto de Lei (PL) da anistia, que beneficiaria Jair Bolsonaro e aliados dele que são réus no inquérito do golpe no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele sustenta que a aprovação da anistia poderia pôr fim à taxação. UR
O senador disse ainda que há um desequilíbrio de forças no Brasil, e que o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, 'vive de confusão'. "Se pautar a anistia hoje [no Congresso], aprovamos hoje", garante. "A anistia não vai para frente por ameaças dos ministros do Supremo", afirma.
Na última quarta-feira (9/7), o presidente norte-americano Donald Trump endereçou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em que impunha uma sobretaxação de 50% sobre todas as exportações brasileiras nos Estados Unidos a partir de 1º de agosto.
No informe, Trump cita nominalmente Bolsonaro e diz que o ex-presidente sofre uma "caça às bruxas". O norte-americano também se levanta contra o Supremo Tribunal Federal e ataca as decisões da Corte contra plataformas digitais que não cumprem a legislação brasileira.
O Brasil respondeu. Horas depois, o presidente Lula publicou uma nota e garantiu que o aumento das tarifas sobre os produtos brasileiros será respondido com a Lei da Reciprocidade Econômica, que permite ao Brasil adotar medidas contra países que adotam tarifas unilaterais.