Nota

Investigado, presidente do CFM diz que CPI tem 'narrativa falaciosa'

Mauro Ribeiro afirma que colegiado é palco midiático para disputas políticas e ideológicas

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 06 de outubro de 2021 | 20:10
 
 
 
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O Conselho Federal de Medicina (CFM) reagiu à decisão do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Pandemia no Senado, de incluir o presidente da entidade, Mauro Luiz de Brito Ribeiro, como investigado pelo colegiado. Em nota divulgada pelo conselho, ele chamou os trabalhos da CPI de "narrativa falaciosa" e afirmou que o colegiado é "Palco midiático para embates políticos e ideológicos".

Mauro Ribeiro diz ter se colocado à disposição para prestar esclarecimentos, mas disse que os parlamentares ignoraram o apelo da entidade que representa os médicos.

Veja a íntegra da carta do CFM:

"Informado sobre a decisão do relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros, de incluir meu nome no rol de investigados por aquela Comissão Parlamentar de Inquérito venho manifestar publicamente que:

1. Esta decisão não causa surpresa, diante da narrativa falaciosa adotada pela CPI ao longo de sua existência, transformando a Comissão num palco midiático para embates políticos e ideológicos;

2. Desde o início desses trabalhos, me coloquei à disposição desta CPI para, em depoimento, esclarecer todas as dúvidas dos parlamentares. No entanto, os parlamentares escolheram ignorar o apelo da maior entidade médica do País.

3. Com isso, os membros da CPI deixaram clara sua opção de dar palanque àqueles que mantém um discurso alinhado com determinada visão, distante da realidade enfrentada pelos médicos na linha de frente contra a covid-19, e não dar voz ao Conselho Federal de Medicina (CFM) como representante daqueles que têm dado o máximo na luta contra essa doença, às vezes com o sacrifício de sua própria saúde ou vida;

4. Diante disso, eu – assim como o CFM - mantenho firme minhas convicções em favor da autonomia do médico e do paciente, princípio milenar hipocrático que é pilar da prática da medicina, o qual deve ser defendido - hoje e sempre - sob qualquer circunstância;

Independentemente do rótulo a mim atribuído, permaneço à disposição do meu País e da medicina, entendendo que não há nada mais libertador do que a ética, a justiça e a verdade.

Brasília, 6 de outubro de 2021.
Atenciosamente,
Mauro Luiz de Britto Ribeiro
Médico e presidente do CFM"

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