‘Tenho sido muito bem tratado’, diz Dino sobre senadores da oposição

Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que tem sido “muito bem tratado” pelos senadores com quem tem se reunido, inclusive aqueles da oposição. Desde a semana passada, Dino tem feito a tradicional peregrinação pelos gabinetes dos senadores, em busca de garantir votos para a sua aprovação.

O indicado ao STF precisa passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e por votação no mesmo colegiado. Depois, o nome vai à análise do plenário, onde é necessário o voto favorável de pelo menos 41 dos 81 senadores. 

“Eu tenho procurado indistintamente todos os senadores e tenho sido muito bem tratado. Até esse momento, não tenho nenhum registro que seja estranho. Eu diria que tudo corre de acordo com a normalidade. Muitos votos garantidos, outros dizem que vão pensar. Ninguém até agora disse ‘não’, então está bom”, afirmou Dino nesta segunda-feira (4).

Um dos senadores que receberam o indicado de Lula nesta segunda-feira foi Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República na gestão de Jair Bolsonaro (PL). Questionado sobre o encontro, Dino afirmou que eles têm uma relação “fraterna e cordial” desde o governo passado, quando ele presidiu o Fórum de Governadores da Amazônia e Mourão, o Conselho da Amazônia. 

Segundo o ministro, entre os temas mais presentes nas perguntas feitas a ele pelos senadores, estão a relação entre os Poderes, a judicialização da política e a politização da Justiça. Dino afirma já ter se reunido com “mais de 50 senadores”, diretamente ou pelo telefone. O périplo continua até o dia 13 de dezembro, data em que deve acontecer a sabatina na CCJ.

Ainda nesta segunda-feira, o relator da indicação, o senador Weverton Rocha (PDT-MA), apresentou o parecer favorável ao ingresso de Flávio Dino no Supremo. "O indicado possui invejável currículo que é, repito, de todos nós conhecido”, diz no relatório. Este é o texto que será votado pelos senadores.