PLEITO

Conselho Tutelar: após problemas em eleição, PBH lacra urnas publicamente

Checagem foi acompanhada por representantes de regionais antes da nova votação, que será realizada no próximo domingo (3)

Por Ana Clara Moreira
Publicado em 29 de novembro de 2023 | 11:16
 
 
 
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O lacre das urnas que vão receber as cédulas de papel durante a votação para escolha dos conselheiros tutelares de Belo Horizonte acontece nesta quarta-feira (29), no Centro de Referência das Juventudes. Depois de cancelar o resultado das eleições realizadas em outubro, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) adotou uma série de medidas com o objetivo de garantir que o novo processo de escolha transcorra sem grandes problemas, entre elas aumentar em três vezes o número de seções para votação no próximo domingo (3) – desta vez, haverá 378 postos de votação.

O processo de lacre das urnas é aberto ao público e passa pela checagem de representantes de cada uma das nove regionais, que verificam se os repositórios das cédulas estão vazios e adequados para recebê-las antes de serem fechados.

Faltou auditoria

As eleições realizadas no dia 1º de outubro foram marcadas por uma série de situações que levaram a Defensoria Pública de Minas Gerais a recomendar a anulação do pleito, medida que foi acatada pela PBH. Entre os pontos destacados estão:

  • a impossibilidade do exercício do direito ao voto por um número considerável de cidadãos por falhas no sistema de votação da PBH;
  • ausência de transporte coletivo gratuito no dia da eleição; cédulas impressas e distribuídas sem controle; urnas improvisadas em caixas de papelão e fechadas com fita adesiva, sem lacre que garantisse a inviolabilidade; divergência entre número de votos depositados nas urnas e as assinaturas dos presentes;
  • registro da presença de fiscais fazendo campanha para candidatos dentro dos locais de votação.

De acordo com a secretária Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Rosilene Rocha, desta vez o rigor metodológico foi ampliado, assim como a logística de organização do processo, apoiado pela Justiça Eleitoral.

Além de aumentar a quantidade de urnas, haverá mais fiscais, e todo o processo poderá ser acompanhado por pessoas credenciadas, pela comissão eleitoral, fiscais credenciados pelos próprios candidatos e o Ministério Público, que acompanha todas as etapas”, explicou a titular da pasta.

Ela também detalhou os motivos pelos quais as urnas eletrônicas não são utilizadas no processo. "A lei municipal não permite, porque exige o cadastro dos votantes no dia da eleição e as urnas eletrônicas são carregadas previamente, já que funcionam offline para evitar qualquer tipo de hackeamento, enquanto o cadastro precisa ser feito online".

Poucos dias depois da eleição de outubro, o prefeito Fuad Noman (PSD), encaminhou à Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) uma proposta que altera essa norma, justamente com o objetivo de permitir a adoção das urnas eletrônicas nas eleições de conselhos tutelares na capital mineira. O Projeto de Lei (PL) 750/2023 foi aprovado em primeiro turno no fim de outubro, e segue em tramitação na Casa.

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