BALANÇO DAS ELEIÇÕES

Contas eleitorais: gasto do Novo é maior que 70% dos partidos somados em Minas

Cerca de metade das despesas foram no âmbito da campanha de Romeu Zema à reeleição

Por Gabriel Ronan
Publicado em 31 de julho de 2023 | 15:54
 
 
 
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Mesmo sem acessar o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o Partido Novo gastou mais que 70% dos partidos somados em Minas Gerais nas eleições do ano passado, conforme levantamento feito pela reportagem na base de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A despesa total da legenda é de aproximadamente R$ 32 milhões, sendo R$ 17,3 milhões somente na campanha de reeleição do governador Romeu Zema.

Quanto gastaram os partidos em Minas nas eleições de 2022

O Novo concentra a maior parte dos gastos entre os partidos em Minas Gerais. Depois, aparece o PSD, que financiou a campanha de Alexandre Kalil ao Palácio Tiradentes: cerca de R$ 15 milhões. Ainda estão no top 5 o PT (R$ 14 milhões), o União Brasil (R$ 9,2 milhões) e o Solidariedade (R$ 8,7 milhões). 

São 31 legendas incluídas no recorte. Dessas, Podemos, PCO, PMB, Pros e Agir não apresentaram registros de suas contas eleitorais. Já o Progressistas apresentou apenas o total de receita (R$ 635 mil), sem registro de despesa. Na tarde desta segunda-feira (31/7), a reportagem questionou o TSE sobre a ausência desses dados e se sanções podem ser aplicadas contra esses partidos, mas ainda não houve retorno. 

Somando os partidos ainda sem registros das contas eleitorais, o Novo gastou mais do que 23 legendas somadas. A principal despesa da sigla de Zema nas eleições foi com pesquisa eleitoral, cerca de R$ 1,2 milhão. O serviço foi prestado pela Pesquisa Viva Voz LTDA, sediada em Belo Horizonte. Depois, aparecem serviços de produção audiovisual para redes sociais (cerca de R$ 1 milhão com o produtor Feliciano Henrique Machado) e aluguel de carros – despesa de aproximadamente R$ 570 mil. 

Saldo negativo

Alguns partidos apresentaram gastos superiores às receitas em Minas Gerais na eleição de 2022. São eles: Novo, Republicanos, PSC, MDB, PDT, PTB, Patriota, PL, DC e PV. A maior diferença é justamente do Novo: R$ 3,2 milhões de diferença entre o que foi gasto e o arrecadado. Depois, aparecem Republicanos (R$ 446,1 mil negativos)  e PSC (R$ 170,3 mil negativos). 

Outros 16 partidos apresentaram a situação contrária: gastaram menos do que arrecadaram. São eles: Avante, União Brasil, PSD, PSDB, Rede, PRTB, PSB, PCdoB, Solidariedade, PT, Psol, UP, PMN, Cidadania, PCB e PSTU. O maior saldo positivo é do Avante (R$ 705 mil), seguido por União Brasil (R$ 646 mil) e PSD (R$ 539 mil).

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