O ano de 2020 foi extremamente difícil e desafiador. Com a pandemia de Covid-19, todos sofremos e testemunhamos as perdas de vidas, os impactos na economia e nas finanças pessoais. Tivemos também de reinventar a maneira de trabalhar, buscar novas fontes de renda e formas de nos relacionar com os outros. Enfim, um ano de muitas mudanças.
Entre tantas análises e avaliações feitas ao longo de 2020 e, particularmente, no último mês do ano, uma pergunta, porém, me provocou uma reflexão mais profunda: “O que você aprendeu em 2020?”.
É uma questão importante. Em um período tão conturbado precisamos tirar lições que nos sirvam não apenas para enfrentar situações semelhantes, mas também outros tantos momentos decisivos impostos pela vida, quando são testadas ao máximo nossas habilidades e capacidades. Assim, 2020 foi um ano de ensinamentos para indivíduos e para a sociedade, com muitos erros e acertos, como costuma acontecer.
Na minha experiência pessoal, os maiores desafios foram os entraves para o pleno desenvolvimento do exercício do mandato parlamentar, a interrupção abrupta da rotina de treinos e competições e o distanciamento social que restringiu o convívio com amigos e familiares. Resiliência, inovação, criatividade e paciência foram palavras-chave em todos os casos.
Na questão do mandato, por exemplo, pudemos contar com as inovações tecnológicas para manter os debates e votações remotamente, contribuindo para a consolidação do arcabouço legal necessário ao enfrentamento da pandemia. Tivemos de ser criativos para manter o contato com lideranças e apoiadores dos diversos municípios, acionando uma ampla rede para manter o fluxo de informações sobre as necessidades de cada localidade, especialmente na área da saúde. E foi necessário reorganizar o gabinete para garantir as condições de trabalho da equipe, mesmo que remotamente.
Para cada área, houve um desafio, uma solução e um aprendizado diferentes. E a exigência é ainda maior sobre aqueles que perderam o emprego ou tiveram de encerrar as atividades de um estabelecimento comercial.
Entre todos esses fatores, porém, cheguei à conclusão de que a maior lição de 2020 – ou a consolidação de uma percepção que já tinha – foi que as consequências de algo dependem muito mais da forma como reagimos do que do problema em si. Basta constatar como tanto o pânico quanto o desdém contribuíram para que a pandemia e seus efeitos se tornassem ainda piores em vários momentos do ano.
Para que um problema não fique ainda maior nem tenha consequências mais destrutivas, é preciso, por exemplo, cultivar a coragem de trabalhar e encarar as questões, a serenidade para aceitar sacrifícios e aquilo que é inevitável e, ainda, a esperança de que tudo vai se resolver. São atributos necessários àqueles que comandam os Poderes, mas também a cada um de nós como cidadãos.
Iniciamos 2021, a Covid-19 permanece entre nós, e muitas batalhas ainda estão por vir. Acredito e defendo que é o momento de colocarmos de lado algumas disputas, aplainarmos as diferenças e usarmos os aprendizados de 2020 para avançar juntos no longo esforço de recuperação que vai se desenvolver paralelamente a todas as questões sanitárias. Que essas lições prevaleçam e possamos seguir com esperança e muito trabalho para fazer com que as consequências dessa duríssima quadra da história sejam as menores possíveis. Reafirmo: o efeito se concentra na forma como encaramos o problema.
Que todos tenhamos razões para comemorar ao final de 2021!