Alianças

Em Curitiba pela 1ª vez após deixar prisão, Lula se alia a Requião

Ex-governador pelo MDB tentará voltar ao Executivo do Paraná na disputa eleitoral deste ano

Por Heitor Mazzoco
Publicado em 18 de março de 2022 | 22:26
 
 
 
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está em Curitiba (PR) nesta sexta-feira (18) pela primeira vez após dois anos e quatro meses, quando deixou a carceragem da Polícia Federal na capital paranaense, onde permaneceu preso por 580 dias após condenação na Lava Jato por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A condenação foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta noite, ele participa de ato de filiação ao PT do ex-governador do Estado Roberto Requião, que foi do MDB por 40 anos. A meta do político paranaense é voltar a governar o Estado, hoje comandando por Ratinho Jr (PSD).

Lula, em discurso, citou que esta sexta foi um dos dias mais emocionantes de sua vida ao recordar a vigília feita por apoiadores enquanto esteve preso.

“Estou feliz de estar no lugar que (Sergio) Moro achou que era Rei, que (Deltan) Dallagnol achou que era Rei. Acharam que eu estava destruído. Eu poderia ter me afastado do Brasil, mas para um homem que comeu pão pela primeira vez aos sete anos, filho de uma mãe que criou 12 filhos, eu não poderia dar esse prazer a essa canalhada”, disse Lula ao se referir ao ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro e ao ex-procurador do Ministério Público Federal (MPF) Deltan Dallangnol. Ambos são pré-candidatos, respectivamente, à Presidência da República e a deputado federal.  

Lula afirmou que para solucionar problemas do Brasil, como a fome, os governos devem colocar o pobre no orçamento. “Eu quero um Estado forte. Não Estado empresarial. O Estado que garanta que, numa crise como essa, não falte comida para o povo. A coisa que tenho mais orgulho é poder dizer em qualquer lugar que vou é que a solução do País é o povo pobre. Que nós temos que colocar o pobre no orçamento e os ricos no imposto de renda”, disse Lula.

O ex-presidente chamou ainda Jair Bolsonaro de “psicopata”. “Um homem que não tem fraternidade. Peca todo dia por usar o nome de Cristo em vão para dar sustentação para as mentiras que conta”, afirmou.

Lula também criticou o grupo formado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para estudo de uma proposta de semipresidencialismo no Brasil. De acordo com Lula, “só pode ser com medo da nossa volta”.  

Já Requião fez críticas ao atual chefe do Executivo Estadual, Ratinho Jr, ao afirmou que ele é parecido com o presidente Bolsonaro.   

“A tarefa que temos é infinitamente maior do que nossas diferenças. Haverá divergências, tropeços, dificuldades, mas estaremos de acordo com as táticas empregadas. Talvez algumas divergências, mas na estratégia, companheiro Lula, o objeto é um só: escorraçar a canalha que instalou-se no Paraná e no Brasil”, disse Requião ao afirmar que tentará governar o Estado mais uma vez.  

Requião governou o Estado por três mandatos (1991-1994, 2003-2006 e 2007 a 2010). Requião foi senador por 16 anos (1995 a 2002 e 2011 a 2019), prefeito de Curitiba (1986 a 1989) e deputado estadual (1983 a 1986).  

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