A primeira etapa para a exploração do minério de ferro na região da Serra do Curral, onde a Taquaril Mineração S.A (Tamisa) pretende iniciar um novo empreendimento, aconteceu em 2007 e foi executada pela mineradora Vale.
Naquele ano, três mineradoras menores contrataram a Vale para fazer pesquisas no terreno que era de propriedade da construtora Cowan e avaliar as características do solo.
Era o primeiro passo do processo que teve etapa decisiva na madrugada do último sábado (30), quando o Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam) aprovou o licenciamento total para o complexo Minerário Serra do Taquaril, na região da Serra do Curral.
“O projeto começou a ser pensado em meados do anos 2000, com início da pesquisa mineral na área. Em 2007, as empresas Mineração Ana Cruz, Mineração Serra Azul e Mineração Morro Cascavél, assinaram contrato com a Vale para o desenvolvimento de pesquisa mineral nos DPNMs número 4.791/1961, 831.207/1985, 833.232/2003, 831.073/2005 e 831.142/2005, localizados na Serra do Taquaril, municípios de Nova LIma e Sabará (MG). Ao fim do contrato a Vale entregou às empresas os resultados da pesquisa geológica até aquele momento”, diz relatório do Projeto Complexo Minerário do Taquaril.
Com os estudos em mãos, as mineradoras fundaram em 2010 a Taquaril Mineração S.A, empresa que tem como principal acionista a construtora Cowan - mesma empresa responsável pela obra no viaduto Batalha dos Guararapes, na avenida Pedro I, que desabou em 2014, durante a Copa do Mundo.
O empreendimento era dividido com as mineradoras Cascavél e AGV Mineração, mas esta última empresa informou à reportagem, por meio de nota, que desistiu da sociedade em julho de 2015. “A AVG Mineração, assim como o Grupo AVG, não fazem parte do quadro societário Taquaril Mineração. A AVG saiu da sociedade em 29 de julho de 2015, por não fazer parte dos planos do grupo e, desde então, não tem nenhum vínculo com a Taquarial Mineração”, diz a nota.
A Vale é dona da Mina de Águas Claras, que foi explorada por 30 anos e deixou um buraco de mais de 120 metros de profundidade colado na parte de trás da Serra do Curral. A Mina, que fica em terreno vizinho ao que a Tamisa pretende explorar, está desativada desde 2000, mas ainda está em processo de descaracterização.
Por meio de nota, a Vale admitiu ter realizado os estudos que foram usados pela Tamisa e que, após concluídos, não houve interesse da empresa em comprar a área. "A Vale realizou atividades de pesquisa geológica na área, há mais de 10 anos, em razão de um acordo com as antigas proprietárias dos ativos. Concluída a pesquisa, a Vale não demonstrou interesse e optou por não adquirir os direitos minerários", diz a nota.