Protesto

'Fora Lula' e apoio a Israel: manifestantes se concentram em frente ao Mineirão

Grupo que se identifica como patriota vai até a Praça da Liberdade, na região Centro-Sul da capital, por meio de uma motociata

Por Gabriel Ronan
Publicado em 15 de novembro de 2023 | 09:49
 
 
 
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Manifestantes ligados ao movimento patriota estão reunidos na avenida Coronel Oscar Paschoal, em frente ao Mineirão, em BH, na manhã desta quarta-feira (15). O objetivo do movimento é comemorar a Proclamação da República e pedir o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar disso, o baixo público, formado por cerca de 200 pessoas, decepciona os organizadores. "Poderia estar mais cheio", disse uma mulher que segurava o microfone do carro de som do evento. 

Os presentes também manifestam apoio a Israel, país envolvido na guerra contra o grupo terrorista Hamas e a Palestina, na Faixa de Gaza, Oriente Médio. É comum ver cidadãos com camisas que mesclam a bandeira do Brasil com a de Israel. 

Em comparação a manifestações anteriores, o número de camisas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é menor, apesar de comerciantes venderem tais produtos e de declarações dele serem reproduzidas em um carro de som. 

Da Pampulha, eles seguem para a Praça da Liberdade, na região Centro-Sul de BH. Uma motociata vai acontecer entre os cartões-postais da capital mineira. 

Organizador do movimento, José Antônio Nascimento, de 60 anos, rejeita o adjetivo "bolsonarista" para caracterizar o evento. "É um grupo de patriotas. O pessoal fica chamando a gente de 'bolsonarista'. O Bolsonaro é inelegível, gente. Nós somos patriotas. O nosso partido é o Brasil", diz. Quanto ao objetivo do evento, José afirma que deseja reafirmar a ideologia conservadora do grupo. "Nós somos conservadores, cristãos, protegemos a família e somos contra a ideologia de gênero e a sexualização das nossas crianças", afirma. 

Outro objetivo citado por ele é fortalecer o movimento conservador para as eleições do Conselho Tutelar de BH, assim como para o pleito municipal de 2024. 

Possível candidato pelo Partido Liberal (PL) em Ibirité, na região metropolitana de BH, o analista de sistemas Guilherme Costa, de 38, diz ter se decepcionado com a ausência de parlamentares ligados à direita. "Queremos retirar esse desgoverno do Lula do Brasil. Mas, de fato, incomoda, porque os deputados que são oposição deveriam estar com o povo aqui", afirma.

Comerciante otimista

Luan Marques, 27, aproveitou o feriado para fazer dinheiro com o movimento patriota. Em frente ao Mineirão, ele comercializa bandeiras do Brasil e de Israel, chapéus verdes e amarelos e camisas do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

"Onde tem evento, eu estou dentro. Não é questão ideológica. Se tem um show, eu vou. Se tem um jogo, eu vou. Aqui, não vai ser diferente. Uma pena que hoje está difícil trabalhar com isso, porque as autoridades não enxergam a gente como trabalhador. Fui em Uberlândia trabalhar e confiscaram R$ 3 mil em mercadoria. Por que não posso trabalhar na rua?", diz. 

Os produtos que Luan vende nesta quarta variam entre R$ 30 e R$ 70. Curiosamente, os ligados a Israel são os mais caros.

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