A Fundação Ezequiel Dias (Funed) pediu a prorrogação do prazo dado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para fornecer a lista de servidores vacinados na instituição em meados de fevereiro sob a alegação de problemas técnicos para acessar o email.
O pedido do MPMG foi feito no âmbito da investigação que apura se houve servidores estaduais que furaram a fila da vacinação em Minas Gerais. A Funed é ligada à Secretaria de Saúde.
No dia 11 de fevereiro, a promotora de Justiça em Saúde, Josely Ramos Pontes, enviou um ofício à Funed pedindo a lista de vacinação na fundação e “esclarecimentos sobre qual protocolo foi utilizado para a imunização, vez que houve notícia de descumprimento das diretrizes ministeriais”
A promotora deu prazo de 72 horas para que o pedido fosse atendido. No dia 17 de fevereiro, ou seja, seis dias depois do pedido e três dias após o prazo dado, veio a resposta.
Em ofício, o vice-presidente da Funed, Ronei Ramos Monteiro, pediu mais prazo para responder. Ele alegou problemas técnicos para acessar o email. Segundo informações, Monteiro teria pedido exoneração nos últimos dias, mas sua saída ainda não foi publicada no Diário Oficial de Minas Gerais.
“Solicitamos gentilmente dilação do prazo de resposta, haja vista dificuldades técnicas com o acesso ao e-mail, o que só possibilitou ciência do ofício em epígrafe na data de hoje”, escreveu o vice-presidente da Funed.
Funed diz que resposta foi dada no dia 17 de fevereiro; 297 servidores foram vacinados.
Em nota, a Funed informou que respondeu ao MPMG no dia 17 de fevereiro.
"Foram vacinados 297 servidores que atuam no Laboratório Central Lacen/Funed e no Serviço de Segurança e Saúde do Trabalhador (SSST), responsáveis pela vacinação", disse a fundação, por meio de nota.
"As doses usadas para a vacinação dessas equipes foram disponibilizadas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), como parte da diretriz que busca assegurar a imunização de todos os que trabalham na estrutura de combate à doença. Antes de iniciar a imunização na Fundação, foram verificados os critérios de priorização junto à equipe da PBH e esses critérios foram observados, garantido que fosse cumprido o protocolo técnico estabelecido", conclui o texto.
Duas listas com servidores já foram enviadas para a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que também investiga o caso. A primeira é composta por 828 servidores da Secretaria de Saúde de Minas Gerais que trabalham em Belo Horizonte. A segunda é formada por 1.852 servidores que trabalham nas 27 Superintendências Regionais de Saúde espalhadas por todo o Estado.
É importante destacar que o fato desses servidores constarem nas listas não significa que eles tenham furado a fila da vacinação. Essa conclusão só será possível após a conclusão das investigações tanto da ALMG quanto do MPMG.
A reportagem questionou a Funed e o Ministério Público de Minas de Gerais se a fundação já enviou a lista, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.