Onyx Lorenzoni, futuro ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, afirmou nesse domingo (2) que no novo governo não haverá a prática política do "toma lá, dá cá", ou seja, a negociação de cargos com os partidos em troca de apoio. A declaração vem na semana em que estão previstos encontros com lideranças do MDB, PSDB, PRB e PR. Segundo Onyx, uma nova fórmula de relacionamento está sendo criada.

"Nas conversas, juntamente com o presidente, vamos mostrar e apresentar como vai ser daqui para frente – diferentemente do que aconteceu nas últimas três décadas, o toma lá, dá cá. Estamos criando uma nova forma de relacionamento, inventando uma fórmula, que não tem cargos", afirmou em entrevista ao Blog da Andréia Sadi, do G1.

Responsável pela articulação política, Lorenzoni garante que os líderes serão ouvidos, mas num modelo que pretende fortalecer obras e ações nos estados, nas bases dos políticos.

"Terão atendimento criterioso nos programas do governo federal, a construção da parceria se dará previamente, a cada circunstância. Parlamentares serão convidados a serem padrinhos de projetos estruturantes, por exemplo, de estradas nos seus estados", explicou.

Questionado sobre como seria a negociação com partidos como PR e MDB, ele afirmou que foi o antigo modelo que prejudicou o país.

"Foi esta prática que trouxe o Brasil para o momento que ele está hoje. Não vai ter cargos, estamos conversando com as bancadas. Os líderes gostaram. Vamos cuidar dos parlamentares, eles serão respeitados", disse.

Fogo amigo?

Outro ponto abordado na entrevista teve relação com a disputa pela presidência do Congresso. Lorenzoni chamou de "intriga" informações que circulam nos bastidores de que ele estaria contra a reeeleição de Rodrigo Maia, que assim como o futuro ministro, é do DEM.

"Intriga. Não tem fundamento. Eu disse ao Rodrigo, junto com (o futuro ministro da Secretaria-Geral da Presidência) Gustavo Bebianno, que não haverá interferência do governo", afirmou. Para em seguida completar que no Senado seria da mesma forma.