O presidente nacional do Partido Novo, João Amoêdo, foi personagem bastante presente no segundo turno da corrida eleitoral ao Palácio da Liberdade e também nos três primeiros meses do governo Zema. Após um ano de gestão de seu companheiro de legenda, Amoêdo diz que tem acompanhado as questões do Estado “com uma visão mais de fora”. No entanto, pondera que isso não quer dizer que ele tenha se afastado por completo da política mineira, até porque esta é a primeira experiência do Novo à frente de um governo estadual.
“Minha relação com o Zema é muito boa. Estivemos mais próximos em um primeiro momento para eu ajudá-lo na montagem da equipe e assessorá-lo. Agora, funcionamos como um conselho e nos reunimos mensalmente, para eu dar sugestões, mas a decisão é sempre dele. Ele nos usa como um órgão de aconselhamento”, afirma Amoêdo.
O presidente nacional do Novo faz uma análise do que foi este primeiro ano de Zema no comando de Minas Gerais. Segundo ele, o governador teve que lidar com o caos financeiro encontrado e, nem bem terminou janeiro, a tragédia em Brumadinho exigiu foco total do chefe do Executivo estadual. Talvez por isso, o empresário pondera, ele tenha deixado a desejar no diálogo com a Assembleia Legislativa no início do governo, crítica frequente dos deputados mineiros.
No entanto, Amoêdo afirma que esse conflito já foi superado e que Romeu Zema já conseguiu vitórias importantes, a despeito de seu partido ter uma baixa representatividade na Assembleia: “Ele tem tido um bom diálogo com os deputados, aprovou a reforma administrativa e conseguiu a antecipação dos recebíveis do nióbio. Fez tudo isso com o Novo tendo apenas três deputados. Tem sido um trabalho de muita conversa, e acho que as coisas estão fluindo”.
Privatizações
Romeu Zema tem enfrentado problemas com os parlamentares mineiros sobre um debate fundamental para o futuro de Minas Gerais: a política de desestatização proposta por sua gestão, que acabaria por privatizar empresas do porte da Cemig, da Copasa e da Gasmig, que movimentam bilhões por ano e são ativos valiosos do Estado. Zema, inclusive, tem sido muito criticado pela oposição e acusado de entregar as riquezas de Minas à iniciativa privada.
Segundo João Amoêdo, as medidas do governador vão ao encontro das teses que o Partido Novo sempre defendeu. O ex-presidenciável avalia que o Estado brasileiro demonstrou, ao longo de sua história, que não tem sido um bom gestor e deveria focar atenção e recursos nas áreas essenciais – saúde, educação e segurança pública. Ele reforça que não cabe ao governo, seja ele federal, seja estadual, realizar a gestão de empresas. “Isso deve ser feito pela iniciativa privada”, opina.
Amoêdo ressalta que Romeu Zema tem seguido a política do partido, e a falta de recursos para investimentos nesses setores é uma defesa relevante que o governador de Minas tem nas mangas. “A Cemig, por exemplo, tem dificuldades de aumentar a expansão e atender mais consumidores. Acreditamos que, com a livre iniciativa, o consumidor será bem atendido”, destaca.
O NOVO PELO NOVO
“O governador assumiu um Estado repleto de dívidas, com estrutura inchada, sem conseguir atender a população naquilo que é essencial. A situação crítica foi enfrentada com três pilares: corte de despesas, aumento de receita sem aumento de impostos e renegociação da dívida. Com muita dedicação, trabalho e diálogo, Zema submeteu a estrutura administrativa a uma reforma para torná-la mais eficiente, Guilherme da Cunha, deputado estadual e
vice-líder de governo.
“O governador recebeu um Estado quebrado, abandonado e aparelhado. Ao assumir, para dar o exemplo, Zema abriu mão de morar no Palácio (das Mangabeiras) e vendeu carros e jatos da frota que ficavam à sua disposição. Além disso, cortou cargos comissionados e reduziu secretarias. Feito isso, vem lutando para diminuir burocracias, melhorar o ambiente de negócios e facilitar a vida do cidadão", Laura Serrano, deputada Estadual.
Procurado para avaliar o primeiro ano de gestão de Romeu Zema, o deputado estadual Bartô informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “não tinha nada a declarar sobre”. Apesar de ser do mesmo partido de Zema, Bartô já se desentendeu com o governo em algumas ocasiões. Além de votar contra projetos enviados pelo Estado ao Legislativo, o parlamentar chegou, inclusive, a promover panfletagens contra as propostas, criando um mal-estar com o correligionário.
“Se considerarmos que foi um ano que começou com uma tragédia sem precedentes – a da barragem de Brumadinho – foram 12 meses de espetaculares avanços no governo estadual. Conseguimos fechar 2019 aprovando a operação do nióbio, que vai garantir o 13º e o salário em dia. Conseguimos também fechar o acordo com os municípios depois de anos de atrasos nos repasses constitucionais”, Mateus Simões, vereador em Belo Horizonte.
“O governador herdou grandes desafios e, neste primeiro ano de mandato, fez uma excelente gestão. Foi um trabalho de preparar o solo, plantando boas sementes para colocar o Estado em um eixo de crescimento novamente, cuidando da parte fiscal, atraindo novos investimentos, trazendo segurança e estabilidade para que novos investimentos sejam atraídos, gerando, portanto, emprego e renda”, Lucas Gonzalez, deputado Federal.
“A cada dia que passa, fica mais claro que Minas elegeu a pessoa certa, no momento certo. É notória a dificuldade financeira que o Estado passa, mas o governo tem conseguido, a duras penas, regularizar a situação. Ele quitou o 13° salário – os servidores sofreram calote em 2018 –, regularizou repasses aos municípios e está tomando as decisões necessárias para que a gente aumente os investimentos”, Tiago Mitraud, deputado federal.