Metrô de BH

Governo federal prevê até cinco anos para construção da linha 2

Com leilão previsto para abril, a expectativa da União é que as obras possam ter início ainda no ano que vem, primeiro com melhorias na linha 1 e depois a expansão da linha que vai até o Barreiro

Por Thaís Mota
Publicado em 30 de setembro de 2021 | 20:19
 
 
 
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A construção da linha 2 do metrô de Belo Horizonte, que ligará o bairro Calafate à região do Barreiro, deve levar no máximo cinco anos para ser concluída.

No entanto, o início das obras depende do sucesso do leilão de concessão à iniciativa privada, previsto para acontecer em abril do próximo ano, e também do cronograma de expansão do sistema proposto pela concessionária vencedora.

A obra teve parte dos recursos liberados nesta semana, por meio de um projeto de lei aprovado no Congresso, e sancionado ontem pelo presidente Jair Bolsonaro, em cerimônia na Cidade Administrativa, sede do governo de Minas.

Essa estimativa de prazo para a conclusão das obras da linha 2 consta de estudos realizados pelo Ministério da Economia, órgão responsável pelo processo de privatização do metrô e também pelos recursos que serão aportados pela União na empresa a ser criada a partir da cisão da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em BH.

“No nosso desenho, estima-se que a linha 2 seria uma obra que demandaria, com segurança, cinco anos de execução para entrar em operação”, disse o secretário especial adjunto do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), do Ministério da Economia, Bruno Westin. 

No entanto, ele ressalta que esse seria um prazo expandido, uma vez que a concessionária que assumir o metrô da capital terá todo interesse na construção da linha 2 para aumentar sua arrecadação.

“O concessionário privado tem todo o incentivo para entregar a obra na melhor qualidade o quanto antes porque, quanto antes ele entregar essa obra, ele já vai conseguir recuperar os investimentos que ele vai fazer por meio da da receita tarifária, das passagens e da demanda. Então, na nossa modelagem, estamos estimando cinco anos de obra, mas ele deve ter o incentivo pra fazer antes”, explicou. 

O edital não deve prever um prazo máximo para início das obras, de modo que não é possível estimar quando a linha 2 estará operando. O cronograma das obras ficará a cargo da empresa vencedora do leilão, que somente acessará os recursos aportados pela União (R$ 2,8 bilhões) e pelo Estado (R$ 428 milhões) mediante cumprimento do cronograma apresentado. O valor total da obra é orçado em R$ 3,8 bilhões, sendo que o restante deve vir da iniciativa privada.

Ainda assim, Westin aposta que as obras de melhoria na linha 1, que prevêem também a expansão do sistema até o Novo Eldorado, já tenham início ainda no ano que vem.

“Já em 2022, a concessionária irá conseguir fazer as primeiras mobilizações para a obra, principalmente na linha 1, em termo de requalificação, e também nas negociações para compra de material rodante para a linha 2”, afirmou.

Recursos são para obras

O secretário adjunto do PPI também assegurou que todo o recurso estimado para o metrô de BH - que soma R$ 3,8 bilhões, incluindo aportes da União, Estado e da iniciativa privada - serão destinados a investimentos e obras. Ele garantiu que não haverá recursos para pagamentos de dívidas ou para sanear a CBTU, como denunciou no início da semana o Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG).

“Ele é um recurso integralmente para investimentos e será todo para obra e sistemas, envolve tanto compra de material rodante - que são equipamentos e carros novos mais modernos - como sistema de segurança da via e investimento na obra física em si, da construção da linha 2”, afirmou.

Explicou ainda que não há dívidas da CBTU Minas para serem saneadas antes da privatização. O que há são dívidas trabalhistas da CBTU holding, que não tem qualquer relação com a empresa que será constituída e privatizada no Estado. Além disso, ele esclareceu que o déficit operacional do braço mineiro da empresa - estimado em R$ 350 milhões por ano - deve ser zerado a partir da modernização da operação.

“Os estudos que estão sendo feitos apontam para uma reestruturação que vai viabilizar uma operação muito mais eficiente e moderna, onde ela se paga. Ela é superavitária numa gestão privada, ela é deficitária numa gestão atual, numa holding com vários problemas”, concluiu Bruno Westin.

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