BRASÍLIA - Em meio a mais um suposto atentado a bomba em Brasília, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), está em Roma, na Itália. Ele viajou a passeio, por meio de licença. Por isso, quem responde pela administração da capital do país é sua vice, Celina Leão.
Ibaneis desembarcou em Roma no domingo (10) com a esposa e os filhos. Nesta quarta-feira (13), se encontrou com o Papa Francisco. O governador do DF usou as redes sociais para se pronunciar sobre as explosões. Disse ser grave, mas não deu sinal que voltará logo à capital.
“Muito grave o que acaba de ocorrer na Praça dos Três Poderes e no Anexo 4 da Câmara dos Deputados. Todas as unidades da segurança e de inteligência do Distrito Federal estão orientados a agir com rigor e celeridade para identificar o autor ou os autores, bem como a motivação desse ataque”, escreveu o governador na noite desta quarta-feira (13).
Ibaneis chegou a ser afastado do cargo por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) logo após os atos de 8 de janeiro de 2023. Ficou dois meses fora do cargo. Foi investigado sob suspeita de omissão. Enquanto as sedes dos Três Poderes da República eram invadidas e vandalizadas, não atendeu telefonemas de outras autoridades. E, quando falou com algumas delas, disse que estava tudo sob controle.
Carro que explodiu está em nome de morador de SC
Nesta quarta-feira, duas fortes explosões foram ouvidas na Praça dos Três Poderes por volta das 19h30. Elas ocorreram com pouco mais de um minuto de intervalo, em volta do edifício-sede do STF, logo após o fim da sessão na Corte.
Uma envolveu um carro na via em frente ao anexo IV da Câmara, ao lado do STF. A outra ocorreu no meio da Praça dos Três Poderes, onde fica o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
O veículo que explodiu é um Kia Shuma, do município de Rio do Sul (SC). Está registrado no nome de Francisco Wanderley Luiz. Não se sabia, até a mais recente atualização desta reportagem, se é ele a vítima da explosão.
Chaveiro, Francisco tem 59 anos e foi candidato a vereador em Rio do Sul pelo Partido Liberal (PL) em 2020 com o nome de urna Tiü França. Em suas contas nas redes sociais, ele sugeriu, nesta quarta, sobre um atentado a bomba em Brasília.
“Vamos jogar??? Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas de merda”, diz um dos textos publicado no Facebook de Francisco Luiz.
Em outro post, ele fez um alerta, dizendo que o atentado começaria nesta quarta e terminaria no sábado (16). “Cuidado ao abrir gavetas, armários, estantes, depósito de materiais etc. Início: 17h48 do dia 13/11/2024. O jogo acaba dia 16/11/2024. Boa sorte!”
PF investiga caso como suposto atentado
O estrondo forte foi ouvido no Palácio do Planalto e prédios próximos, como o Congresso Nacional, com muita fumaça. As forças de segurança do Distrito Federal tratam o caso como atentado. A Polícia Federal também investiga o episódio.
A vítima seria a autora do atentado. Teria morrido ao tentar lançar uma das bombas contra a Estátua da Justiça, em frente a principal entrada do STF. Informações de bastidores da segurança da Câmara dos Deputados dão conta que ele circulou no Anexo IV da Câmara dos Deputados pela manhã.
No momento das explosões, os ministros do Supremo foram retirados em segurança do prédio, que foi evacuado. “Ao final da sessão do STF desta quarta-feira (13), dois fortes estrondos foram ouvidos e os ministros foram retirados do prédio em segurança”, diz nota do tribunal. “Os servidores e colaboradores do edifício-sede foram retirados por medida de cautela”, completa.
No momento, muita gente deixava o trabalho. Uma delas, Layana Costa, funcionária do Tribunal de Contas da União (TCU), disse que houve uma primeira explosão e a segurança do STF tentou abordar um homem que estava no local com uma sacola. Em seguida, uma segunda explosão acabou afastando a segurança e uma pessoa foi atingida. Ainda não há informações precisas se a vítima seria o mesmo homem que carregava uma sacola no local.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não estava no Palácio do Planalto, sede do governo federal, no momento das explosões. O palácio reforçou a segurança após as explosões. Após cerca de uma hora dos estrondos, a sessão da Câmara dos Deputados foi interrompida. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu manter a sessão na noite desta quarta.