BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (17) que o Oriente Médio pode se transformar em um campo de batalha após os ataques de Israel ao Irã.
“Os recentes ataques de Israel ao Irã ameaçam fazer do Oriente Médio um único campo de batalha, com consequências globais inestimáveis", disse o petista, durante discurso na Cúpula do G7, no Canadá.
Lula comentou também sobre outros conflitos que acontecem, como a guerra entre a Ucrânia e a Rússia e a ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.
"Todos nesta sala sabem que, no conflito na Ucrânia, nenhum dos lados conseguirá atingir seus objetivos pela via militar. Só o diálogo entre as partes pode conduzir a um cessar-fogo e pavimentar o caminho para uma paz duradoura. Em Gaza, nada justifica a matança indiscriminada de milhares de mulheres e crianças e o uso da fome como arma de guerra. Ainda há países ainda que resistem em reconhecer o Estado palestino, o que evidencia sua seletividade na defesa do direito e da justiça".
"No Haiti, a comunidade internacional permanece indiferente ao cotidiano de caos e atrocidades perpetradas pelo crime organizado. Não subestimo a magnitude da tarefa de debelar todas essas ameaças", acrescentou.
Lula defendeu o multilateralismo e o fortalecimento da ONU (Organização das Nações Unidas) como caminho para "debelar as ameaças atuais".
“É patente que o vácuo de liderança agrava esse quadro. Estão sentados em torno desta mesa três membros permanentes do Conselho de Segurança e outras nações com tradição na defesa da paz. É o momento de devolver o protagonismo à ONU. É preciso que o Secretário-Geral lidere um grupo representativo de países comprometidos com a paz na tarefa de restituir à organização a prerrogativa de ser a casa do entendimento e do diálogo", cobrou.
Em sua fala, o presidente brasileiro ainda citou o tema da sessão "segurança energética” e voltou a criticar os gastos militares dos países, recursos que, segundo ele, poderiam ser investidos no combate à fome.
“Tampouco haverá segurança energética em um mundo conflagrado. Ano após ano, guerras e conflitos se acumulam. Gastos militares consomem anualmente o equivalente ao PIB da Itália. São 2,7 trilhões de dólares que poderiam ser investidos no combate à fome e na transição justa", disse.