BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanha a aplicação do Concurso Nacional Unificado (CNU) neste domingo (18). Pela manhã, ele visitou a sala de situação da Dataprev, em Brasília, onde é feito o trabalho de monitoramento para tratamento de incidentes e respostas do chamado Enem dos Concursos.

Ao fim da visita, Lula disse a jornalistas que o exame supre uma deficiência de décadas na contratação de mão de obra. Ele ponderou que, apesar da digitalização de serviços, é preciso ter seres humanos qualificados em cargos públicos.

“Estamos suprindo uma deficiência de dezenas de anos nesse país sem fazer concurso, Quando se fez concurso, foi concurso específico. Então, você sequer tem gente para sobrepor aqueles que se aposentaram”, comentou Lula.

“Estamos inovando e vamos suprir uma necessidade de anos do serviço público federal, melhorando a máquina pública”, ressaltou o presidente.  

A seleção é a maior da história do país para cargos no governo federal.

  • São mais de 2,1 milhões de inscritos.
  • Eles concorrem a 6.640 vagas em 21 órgãos da administração federal.
  • 3.647 locais de prova e 72.041 salas, em 228 municípios.
  • Mais de 210 mil pessoas trabalham na aplicação do exame.

Até as 12h, nenhuma ocorrência grave havia sido registrada na aplicação do CNU. A segunda etapa vai das 14h30 às 17h30.  De acordo com o cronograma divulgado pelo Ministério da Gestão, o gabarito das provas sai na próxima terça-feira (20) e as notas serão divulgadas em 8 de outubro. O resultado final está previsto para 21 de novembro.

Lula demonstrou preocupação com crime organizado

O presidente fez a visita na manhã deste domingo na companhia da ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, além de vários outros titulares de pastas da Esplanada dos Ministérios.

Em conversa com Dweck, durante a passagem pela sala técnica, Lula demonstrou preocupação com uma eventual infiltração do crime organizado no Estado por meio da realização de concursos e cobrou medidas efetivas para coibir esse tipo de ação. 

“É um ingrediente perigoso, porque você faz o concurso, o cara entra e você não sabe o que o cara era. O cara pode ser do PCC, do Comando Vermelho, qualquer coisa”, disse Lula. Em seguida, ele cobrou medidas efetivas para coibir esse tipo de ação.  Dweck respondeu que há sim preocupação em relação a isso.

Por fim, Lula parabenizou as equipes que trabalham na realização do concurso. “A participação nas inscrições foi extraordinária. E a diversidade vai ser excepcional. O resultado também espero que seja extraordinário. Precisamos adequar a máquina pública ao século 21”, frisou o presidente.

Confira alguns dos números relativos à declaração de Lula:

  • Cerca de 600 mil pessoas foram isentas da taxa de inscrição no CNU, seja pelo CadÚnico, Prouni e Fies, ou por serem doadores de medula óssea.
  • Mais de 10 mil indígenas e 400 mil cotistas se inscreveram no Enem dos Concursos.