BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta terça-feira (27), o modelo de gestão da Vale. Segundo ele, a empresa possui uma estrutura de governança onde há participação acionária com cotas de 2%, 3%, faz com que a companhia seja comparável a um “cachorro com muitos donos”, que acaba “morrendo de fome e sede”.
"A Vale, que tinha uma diretoria, eu sabia quem era o presidente da Vale, a gente sabia quem era. Hoje nessa discussão que a gente está de fazer um acordo para receber o dinheiro de Mariana, o dinheiro que prometeram para o povo, você não tem dono", disse o presidente durante visita ao Centro de Operações Espaciais Principal (COPE-P) da Telebras.
"Uma tal de corporate que não tem dono. É um monte de gente com 2%, um monte de gente com 3%. É que nem cachorro, sabe, de muito dono: morre de fome ou morre de sede porque todo pensa que colocou água, todo mundo pensa que deu comida e ninguém colocou", concluiu Lula ao criticar a privatização da mineradora que ocorreu em 1990.
As críticas ocorrem um dia após o Conselho de Administração da Vale escolher o atual vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores, Gustavo Pimenta, como novo CEO da companhia. O governo federal tentava emplacar para a presidência da empresa o ex-ministro da Fazenda Guido Mantegua. Pimenta, que irá suceder Eduardo Bartolomeu, vai assumir o cargo em fevereiro do ano que vem.
Em seu discurso, Lula disse ainda que, anteriormente, a Vale era um "orgulho nacional" e que isso ficou para atrás após a privatização. Nesse sentido, ele ainda defendeu a Petrobras, Eletrobras e Petrobras. “É ignorância levada a sétima potência, um Estado que não se respeita, governo que não tem visão de Estado, tem coisas que tem ser inexoravelmente do Estado", disse.