BRASÍLIA - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, confirmou nesta quarta-feira (29) que o governo federal vai investir recursos para a retomada da Operação Acolhida na fronteira do Brasil com a Venezuela. 

Por lá, cerca de 500 pessoas, em média, entram no Brasil pelo Estado de Roraima todos os dias em busca de trabalho e melhores condições de vida. 

Criada em 2018, a Operação Acolhida é uma resposta humanitária do governo brasileiro para o fluxo migratório intenso de venezuelanos na fronteira entre os dois países. Na última semana, no entanto, acabou suspensa após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar o bloqueio de verbas que financiam a Organização Internacional para as Migrações (OIM). 

O organismo internacional ligado à Organização das Nações Unidas (ONU) para atendimento a imigrantes e refugiados tinha como seu maior financiador o governo norte-americano, responsável por 60% dos recursos que sustentam as operações. 

Sem verbas e pessoal definidos

De acordo com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ainda não há verba definida nem o pessoal necessário para que o serviço seja assumido com recursos próprios do Brasil. Ele, no entanto, promete um trabalho conjunto da pasta com outros ministérios, como o da Defesa, para manter a Operação Acolhida de pé.

“Os recursos são escassos. Nós temos um teto de gastos, vamos tirar daqui, acolá, para podermos acodir, para que esses venezuelanos tenham o mínimo de dignidade, inclusive acesso aos sanitários, que agora lhes foi negado”, garantiu o ministro após decisão tomada em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, na terça-feira (28).